Quando Von der Leyen negoceia com os Verdes Europeus temos um Pacto ecológico europeu e uma agenda social, e quando negoceia com Meloni e a direita radical temos uma mão cheia de nada.
Com a maioria dos olhos postos no outro lado do Atlântico, e com o aparecimento de especialistas em eleições americanas, desigualdades sociais e até em leis espanholas durante catástrofes naturais, há um especialista que teima em não aparecer, mesmo nos momentos em que era desejado. Falo claro do especialista da nossa União Europeia. Apesar de ter merecido, provavelmente, a maior discussão pré-eleitoral que temos memória depois das primeiras eleições, a comunicação social pareceu não querer engatar a segunda mudança e utilizar os momentos de maior interesse e discussão europeia para alimentar os seus conteúdos e entregar as peças-chave que efectivamente decidem parte do nosso futuro. No passado recente tivemos a novela da eleição da Presidente da Comissão Europeia Ursula von der Leyen, com muitas intrigas políticas e consequências fortes para todos os países da nossa União, depois a novela das pastas da comissão para perceber para que partido/país iriam seguir, e agora temos parte da novela final da constuição de toda a Comissão, com as audições e votos dos comissários europeus.
Mas primeiro, um pouco de contexto e o que significaram estes meses em Bruxelas: A europa que nos fez sonhar com as emissões de dívida conjunta e planos de recuperação e resiliência, que mostrava ser um exemplo de democracia vai ser substituida por uma em que privilegia o investimento em defesa e segurança à custa da transição energética, protecção ambiental, dignidade das pessoas migrantes e protecção dos trabalhadores e consumidores. Para isto, contribuíram os resultados do dia de 9 de Junho, onde a extrema-direita saiu reforçada.
No encontro do conselho europeu onde foi discutida a agenda estratégica para 2024-2029, o que salta à vista é a remoção das prioridades do anterior mandato: a parte Verde e Social, que curiosamente iriam marcar o "legado" de von der Leyen, palavras da própria. Há, no entanto, o reforço da questão da segurança e competitividade mundial. Rejeitar uma agenda social e verde contribui certamente para o aumento do descontentamento da população. Juntando o alheamento da realidade por parte da classe política aos problemas do dia-a-dia das pessoas temos a receita por onde cavalgam os partidos de extrema-direita por toda a europa. E a consequência já é óbvia: apesar da manutenção de von der Leyen na Comissão europeia, as prioridades estratégicas foram dramaticamente alteradas para os próximos 5 anos. Quando Von der Leyen negoceia com os Verdes Europeus temos um Pacto ecológico europeu e uma agenda social, e quando negoceia com Meloni e a direita radical temos uma mão cheia de nada.
A boa notícia é que mais uma vez temos no campo democrático capacidade para negociar maiorias e discutir as leis europeias de forma competente. Resta-nos esperar a coragem política aos nossos eurodeputados para cumprir com as promessas feitas e desenhar um futuro que responda aos problemas identificados pelas pessoas, e que não se fecha em si própria, seja em Bruxelas seja em São Bento.
E neste caminho pela União que desejamos, temos nesta semana importantes audições para o nosso futuro. É uma das poucas alturas que o Parlamento Europeu pode demonstrar algum contrapoder em relação à Comissão Europeia e usar o seu poder de veto. Os comissários escolhidos pela nossa Presidente vão ser "entrevistados" pelos deputados europeus e certamente não chegarão todos ao fim da meta. É bom relembrar que desde 2004, o parlamento europeu rejeitou pelo menos um dos comissários. Vamos seguir estas audições por estes lados, e esperar que todos os especialistas possam aparecer num meio perto de nós. Mais União Europeia e menos de outros estados unidos.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
Trazemos-lhe um guia para aproveitar o melhor do Alentejo litoral. E ainda: um negócio fraudulento com vistos gold que envolveu 10 milhões de euros e uma entrevista ao filósofo José Gil.