Conheça em primeira mão os destaques da revista que irá sair em banca.
(Enviada semanalmente)
Vindo de uma geração à rasca, passei por várias crises - nunca antecipadas - e custa-me ver a falta de preparação para as próximas. Algumas já estão bem identificadas como a crise climática, outras são previsíveis.
Agir sem estratégia é astrologia política em mercúrio retrógrado. As prioridades actuais devem ser compatíveis com uma estratégia sustentável para o futuro, mesmo num país onde reina o "desenrasca".
Vindo de uma geração à rasca, passei por várias crises - nunca antecipadas - e custa-me ver a falta de preparação para as próximas. Algumas já estão bem identificadas como a crise climática, outras são previsíveis, como a próxima pandemia, a próxima crise da banca ou o envelhecimento populacional. É uma verdade difícil: quer nos preparemos quer não, estes desafios vão acontecer. Desafios que podem ser definitivamente mitigados através de uma ação política firme no presente. A aposta na saúde pública com a distribuição de vacinas torna não só mais eficaz a protecção da saúde das pessoas, mas também tem um custo significativamente mais reduzido do que o tratamento destas doenças ou hospitalizações em massa. Podemos e devemos lutar para utilizar a mesma abordagem em todos os sectores da nossa sociedade, ainda que esta não tenha merecido o protagonismo para lidar com os problemas crescentes.
Ninguém questiona a importância da existência de características de adaptação nos edifícios construídos em zonas sísmicas. Ninguém questiona a obrigatoriedade da utilização do cinto de segurança. Ninguém (capaz) questiona a importância da vacinação. Isto são tudo mecanismos que desenvolvemos que salvam vidas. Apesar disso, estas estratégias são muitas vezes vítimas do seu próprio sucesso. Uma boa estratégia de prevenção leva à diminuição da percepção do risco e, por sua vez, à redução da atenção e investimento contínuo na prevenção. Ainda não reconhecemos o seu verdadeiro valor, seja em termos económicos, como sociais. Isto acontece apesar de todos os relatórios apontarem as suas vantagens, seja em termos de custo-benefício, eficiência, aumento de produtividade e melhoria da qualidade de vida.
A resistência à prevenção também pode estar enraizada no medo da mudança. Reconhecer a necessidade de planear é assumir que o futuro pode efectivamente mudar, e nem todos estão dispostos a enfrentar essa realidade. Quando somos confrontados com esta possibilidade, somos desafiados a questionar o panorama actual e reavaliar as nossas perspectivas e os nossos valores. Isto também traz consigo uma sensação de incerteza e insegurança. No entanto, é precisamente nesses momentos de incerteza que temos a oportunidade de progredir e reinventar. Estas oportunidades e momentos de projecção do futuro mostram também as diferenças entre os projectos políticos actuais. Mais importante que saber as medidas do orçamento de estado, por exemplo, é questionar as suas motivações e objetivos finais.
É essencial saber como queremos que seja o futuro, para conseguirmos orientar o que fazemos no presente. Se olharmos para os nossos líderes, vemos esta falta de visão do futuro materializada no desinvestimento crónico em educação e saúde, falta de ambição de políticas ambientais e na preocupação excessiva por sondagens e votos. Precisamos, acima de tudo, de mostrar que é possível resolver problemas, inspirar e dar o exemplo. Em Portugal, faltam-nos estas qualidades nos políticos.
Haverá uma próxima geração à espera, mas pronta a repetir os mesmos erros. Precisamos de mudar o discurso e promover uma cultura de esperança. Sem imaginar um futuro melhor fica certamente díficil de o construir.
É imperativo ter a coragem para romper com a cultura da reacção e abraçar a prevenção como uma abordagem fundamental para enfrentar os desafios do presente e garantir um futuro sustentável para todas as gerações. Uma dose de prevenção acaba por ser bem mais barato e saudável do que um frasco inteiro de remediação.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Queria identificar estes textos por aquilo que, nos dias hoje, é uma mistura de radicalização à direita e muita, muita, muita ignorância que acha que tudo é "comunista"