Quando achamos que já assistimos ao pior, a realidade nos últimos meses prova-nos que conseguimos ainda baixar mais o nível.
No dramático dia de 11 de Março, o país está de volta a uma crise política, gerada pelo próprio Primeiro-Ministro, que arrastou para a lama todo o seu governo e partido. Este governo não cai, ele atira-se mesmo sem paraquedas. Para além das questões óbvias que levam à rejeição da moção de censura (confesso que ainda não entendo bem quem defende Luís Montenegro nesta situação), choca o teatro e o tacticismo político pelo melhor spin para que fique claro quem é que efectivamente tomou a decisão do país voltar a ter eleições. Entre PSD e PS, sem não esquecer a IL, dão sucessivas cambalhotas à retaguarda para ter a certeza que os portugueses sabem que foram todos os outros a provocar estas eleições.
Pois bem, isso não interessa para rigorosamente nada se efetivamente apresentarem e cumprirem com as propostas que tocam nos problemas das pessoas. Algo que ficou pelo caminho e é reconhecido pelas pessoas. As tristes figuras que assistimos na Assembleia da República acerca da moção de confiança proposta pelo governo são lamentáveis para todos aqueles que gostam de seguir a política nacional, e ainda mais para o resto da população. Quando achamos que já assistimos ao pior, a realidade nos últimos meses prova-nos que conseguimos ainda baixar mais o nível.
A nossa classe política é capaz de nos surpreender e na maior partes dos casos não é pela positiva. Não nos trata com o respeito que merecemos. Quando tudo na política se transformou em forma e nas táticas eleitorais, atira-se para o lado os problemas que assombram o dia-a-dia das pessoas. E perde-se objectivamente a razão de estar a realizar serviço público. Pelo bem comum. Pelo nosso país. Quando a ética é secundária, quando a integridade é opcional, quando a responsabilidade das decisões é evitada, temos o resultado visível no dia de ontem. A esperança do eleitorado diminuí, as críticas começam a surgir, mas acima de tudo o desinteresse e a apatia aumentam. Quando temos um Primeiro-Ministro que usa e abusa dos jogos políticos sobre percepções só tem de ser denunciado pelas demais forças políticas.
Montenegro não quer o escrutínio que a sua posição exige e recusou-se esclarecer ou dar informações sobre as suas ações e a sua empresa. Ainda tem a lata de propor alterar uma comissão parlamentar de inquérito em que o visado em questão era ele próprio para não correr riscos reputacionais. Para quem diz não ter nada a esconder, dá-se a muito trabalho, inclusive demitir-se, para não se explicar em relação ao assunto em questão.
O que tudo isto nos mostra é a necessidade urgente de reforçar a transparência e escrutínio da nossa classe política. Infelizmente também coloca a nu toda a falta de ética e de valores presentes nos partidos políticos portugueses. Esta sucessão de crises e escândalos contribuem para a erosão da confiança dos cidadãos nas instituições democráticas, afastando cada vez mais possível talento para a esfera pública. Se os salários já são baixos, a comunidade também não é melhor.
À incerteza geopolítica mundial, junta-se mais uma incerteza enquanto aguardamos por um novo Parlamento com uma composição que se espera ser em tudo semelhante à do presente. Para além das reformas e renovações necessárias, é preciso também que os futuros eleitos priorizem a reconstrução da confiança pública, focando-se na proteção da democracia no próximo mandato. A resposta está na transparência, na responsabilidade e no projecto político que vá para além da sobrevivência eleitoral. Alguém que consiga restaurar a confiança dos portugueses nas instituições democráticas enquanto tem respostas práticas para os seus problemas.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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