NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
Há muitos telhados de vidro na política portuguesa e não estão apenas centradas no PS e no PSD. O que surpreende sempre é não ver ninguém próximo destas pessoas a alertarem para este tipo de problemas. Está normalizado a "lealdade" cega, os "Yes, sir".
Já parece normal não haver estabilidade política em Portugal, mesmo com uma maioria absoluta pelo meio. E só há um culpado nisto: os próprios políticos. Não foi a extrema-direita, não foi a desinformação, não foram as crises na saúde, habitação e educação. Foi, no limite, o extremo-centro. O partidarismo e a carreira política tornou-se óbvia, a competência foi deteriorando-se e hoje é difícil não haver casos e casinhos cada vez que se investiga um político pela rama. Quando se beneficia a lealdade para subir nas fileiras partidárias acabamos por não escolher os melhores (e moralmente coerentes).
Nestas últimas semanas foram lançadas diariamente várias notícias não abonatórias sobre o nosso Primeiro-Ministro. Certamente apanharam alguns de surpresa, mas não parecem ter surpreendido grande parte do PSD e as pessoas mais por dentro da bolha política. Não foi o primeiro caso de um político em Portugal acusado de conflito de interesses, não será o último pelo panorama nacional. Isto levanta várias questões práticas. Primeiro e mais simples, como podemos evitar políticos usarem os seus cargos políticos para seu benefício ou até de terceiros. Temos entidades com essa função, mas segundo as mais recentes notícias não têm capacidade de investigar e aplicar sanções/punições. Claramente algo precisa de mudar, de preferência já pelo próximo governo. Segundo, se já é normal haver casos e casinhos, como pode a democracia ganhar credibilidade em tempos tão conturbados internacionalmente. É expectável que os eleitores percam o interesse e esperança que a democracia consiga resolver os problemas de corrupção e justiça. Terceiro, com escândalos a afetarem vários partidos, por não haver alternância sem uma verdadeira renovação, como podemos romper com este flagelo da política portuguesa em que não conseguimos ter estabilidade política por casos de justiça de governantes. Quarto, o papel crucial dos media e da justiça a funcionar para expor e condenar todo o tipo de práticas ilegais. Parece estranho a forma como surgem notícias e os timings dessas notícias. Lembrar como cai António Costa, em que tudo pareceu mal explicado e acelerado. Neste caso, Luís Montenegro escusa de se explicar apesar de todo o tempo que a justiça, o parlamento e o próprio Presidente da República lhe deram.
O que este episódio com a Spinunviva mostra é o problema recorrente na política portuguesa e europeia. A falta de separação clara entre o público e o privado, entre o que é do Estado e o que pertence às redes de influência cada vez mais próximas do poder político. Para além da questão da legalidade há sobretudo a questão da ética e transparência, dois conceitos que parecem cada vez mais maleáveis. O governo não irá sobreviver a esta polémica porque a polémica não é apenas limitada a este episódio. E Montenegro tem especialmente culpa porque tornou um esclarecimento pessoal num problema do governo. Se realmente não houvesse nenhum problema, tenho a certeza que o nosso Primeiro-Ministro seria o primeiro a esclarecer. Ao aparecer com o seu governo, colocou o último prego no seu caixão.
Por último, há muitos telhados de vidro na política portuguesa e não estão apenas centradas no PS e no PSD. É certo que mais cedo ou mais tarde estes telhados se estilhaçam. O que surpreende sempre é não ver ninguém próximo destas pessoas a alertarem para este tipo de problemas. Está normalizado a "lealdade" cega, os "Yes, sir". Se a progressão na política privilegiar apenas a lealdade partidária selectiva em detrimento da competência e valores morais, como podemos esperar outro tipo de perfil a liderar o país? Ou a democracia e os partidos têm capacidade de se renovar para estes tempos, com capacidade de atrair os melhores para a causa pública ou corremos o risco de as lideranças continuarem a falhar, como nos falharam neste século.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.