O que sabemos mesmo sobre inteligência artificial?
A ideia de que os seus algoritmos são capazes de aprender, prever e indicar decisões com base em volumes de dados incomparáveis às nossas mentes é sem dúvida apetecível, especialmente em áreas como saúde, educação e sustentabilidade.
Se tudo isto podia estar a ser já escrito por Inteligência Artificial (IA), podia. Mas ainda não é o caso. E o "ainda" é precisamente o tópico que queria trazer esta semana para discussão e que tenho a certeza que voltará brevemente a dominar as nossas notícias. IA
deixou de ser apenas um conceito longínquo de ficção científica, e passou a ser uma força transformadora diária, com impactos reais na vida das pessoas. Já se sentem os seus impactos no mercado de trabalho, com despedimentos e adiamentos de contratação, levando mesmo à primeira geração de licenciados a não conseguir integrar a força trabalhadora não só nas sociedades ocidentais, mas também orientais. Vemos também o impacto positivo no diagnóstico médico, na gestão de recursos e no apoio à inclusão através de tradução automática. O desenvolvimento não é completamente binário entre os seus benefícios e os seus perigos. A ideia de que os seus algoritmos são capazes de aprender, prever e indicar decisões com base em volumes de dados incomparáveis às nossas mentes é sem dúvida apetecível, especialmente em áreas como saúde, educação e sustentabilidade. No entanto, também levanta questões éticas, sociais e até societais.
Olhando para uma tecnologia tão disruptiva, vivemos um momento histórico namedida em que o desenvolvimento destes agentes estão a ser feitos predominantemente no sector privado, não se sabendo portanto o estado atual da capacidade de IA. Está a acontecer uma espécie de corrida ao armamento nuclear, mas para obter um agente de inteligência artificial geral (AGI). Um agente destes terá a capacidade de compreender e aprender qualquer tarefa intelectual que um ser humano possa. Segundo os entendidos, poderá acontecer mesmo nos próximos 2 anos, visto que o desenvolvimento ainda está a ocorrer de forma exponencial, contrastando com a hipótese de um possível desaceleramento. Um consórcio de cientistas e especialistas em IA (projecto AI 2027) declara mesmo que até ao final de 2027 as empresas que lideraram esta corrida vão-se dotar com recursos computacionais 1000 vezes superior ao conhecido GPT-4, operando com uma capacidade de implementação de milhões de assistentes virtuais com velocidade
de 50 vezes superiores à humana.
Os impactos esperados são directamente um aumento do consumo energético podendo representar até 3,5% de um país como os Estados Unidos da América e uma competição geopolítica e capitalista pelos recursos físicos e intelectuais, aumentando riscos de espionagem, sabotagem e conflitos, nomeadamente com Taiwan, sendo o país com a maior produção de microchips do mundo. Os desafios não são apenas geopolíticos, mas no mundo laboral, lançando de forma inequívoca a discussao sobre a redução do horário de
trabalho e a questão do rendimento básico incondicional. Vamos ser obrigados a decidir à pressa sobre como nos devemos organizar enquanto modelo de trabalho, visto não estarmos a antecipar nenhuma das consequências deste desenvolvimento. Mas também não o estamos a fazer por não sabermos precisamente o seu estado de evolução. Não temos as ferramentas nem políticas nem legais para controlar o seu desenvolvimento e impedir a proliferação de comportamentos perigosos e imprevisíveis de agentes de IA. Se à data nos parece perigoso ter a IA a escolher candidatos a emprego com base nas escolhas anteriores levando à proliferação de erros, o que esperar de agentes com capacidade de hackear países estrangeiros, redes elétricas ou sistemas hospitalares que não seguem os
princípios éticos e legais de uma sociedade humana? Quem nos protege de decisões de desenvolvimento que podem pôr em causa todo o sistema económico e social montado até hoje? Quem culpamos se a próxima crise económica vier precisamente de acções não
externas, mas internas… e incontroláveis? Os perigos estão identificados e à vista, apesar da discussão sobre IA ficar apenas no espaço laboral. A transformação potencial vai muitoalém do impacto directo sobre os nossos trabalhos, mas ao entretenimento, à informação, à verdade, à escolha e, em último caso, à vida. Entre os perigos e benefícios é preciso também querer escolher uma "escolha". Pela primeira vez, não vai depender de nós, mas de alguns iluminados tanto nos Estados Unidos como na China.
O que sabemos mesmo sobre inteligência artificial?
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.