NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Para que não lhe escape nada, todos os meses o Diretor da SÁBADO faz um resumo sobre o que de melhor aconteceu no mês anterior.
A ação russa não vai parar apenas porque queremos que ela pare. Vai sempre tentar
influenciar as nossas Democracias e Instituições. E enquanto Fidias é um veículo para
espalhar a sua mensagem no Parlamento Europeu, certamente Portugal também irá ter os
seus veículos.
Fidias Panayiotou, eurodeputado independente eleito pelo Chipre mas mais conhecido por ser youtuber e uma celebridade do mundo online, decidiu aceitar um convite russo e voar até Moscovo para a parada militar de celebração do fim da segunda guerra mundial, o Dia da Vitória. Em plena guerra e conflito entre Ucrânia e Rússia, uma pequena delegação do parlamento europeu recebeu e aceitou este convite, do qual este jovem cipriota fazia parte. Nesta delegação iam também membros de partidos pró-Rússia da Alemanha e da Eslováquia. Tudo isto ganha ainda mais importância se seguirmos os seus passos nos últimos meses e percebermos o seu objectivo. É que esta visita é mesmo precedida por um voto muito controverso no Parlamento Europeu, onde foi apenas um de três eurodeputados que votaram contra uma moção que apelava ao retorno das crianças ucranianas que foram deportadas pela Rússia durante o conflito. Tudo isto porque, na sua opinião, essas crianças se encontravam bem. Afirmou ainda que algumas dessas crianças poderiam mesmo preferir permanecer na Rússia.
Recuando um pouco à ascensão de Fidias, começou pelas redes sociais e invadiu sobretudo os ecrãs dos jovens cipriotas nos últimos anos, tendo por ídolo o Elon Musk. Chegou mesmo a efetivar contactos e a receber elogios do grande líder sul-africano. Desde que foi eleito eurodeputado, assumiu uma postura de "transparência" para com o seu eleitorado, e explica todas as suas decisões, votos e opiniões em vídeos dentro do edifício do Parlamento Europeu, colocando mesmo a votação nas suas redes algumas das decisões mais importantes do seu mandato, como foi por exemplo a de se devia registar em algum grupo parlamentar ou não. Apesar de ele próprio ser a favor de se juntar aos verdes europeus (que desastre seria), a votação deu mesmo como resultado com uma esmagadora maioria ser "não-inscrito". A partir desse momento foi vocal no conflito entre a Rússia e Ucrânia enquanto criticava a postura e a dualidade da diplomacia da União Europeia. Partindo de críticas válidas, rapidamente se transformou no eco da desinformação russa e um soldado de Elon Musk no ataque à União Europeia. Recentemente tem procurado apontar um caminho novo diplomático, que envolve sentar todos à mesa para negociar a paz, parando a exportação de armas europeias e americanas para a defesa da Ucrânia, num discurso tão semelhante à CDU cá em Portugal. A deslocação de Fidias e de outros eurodeputados num dia tão simbólico à Rússia não foi diplomacia, foi um sinal e uma declaração de lealdade. Mais do que isso, é a prova de como em todas as nossas instituições e na sociedade acabamos por ter estes agentes de desestabilização cujo objectivo é o ataque à nossa democracia e direitos humanos. Estes agentes são legitimados pelo voto popular, visto que Fidias conseguiu perto de 7% dos votos no seu país, não sendo impossível capitalizar ainda mais com o seu sucesso digital.
Daqui devemos tirar 2 lições: Portugal, tal como em todos os outros assuntos, não estará imune a estes fenómenos de popularidade digital com consequências nefastas para a nossa Democracia. Imaginemos, portanto, um Numeiro ou Milhão desta vida, com o seu dinheiro e plataforma digital e que decide intrometer-se na vida política do nosso país. Já vimos isso recentemente com anúncios contra os direitos humanos no horário do prime-time. Devemos reforçar ao máximo a literacia digital e proteger sobretudo a geração mais nova destes discursos machistas, violentos e perigosos que todos os dias nos chegam pelos algoritmos, muitas vezes sem o desejarmos. Em segundo, perceber que a ameaça russa não é apenas militar e circunscrita à Ucrânia ou leste da Europa. Vimos também a notícia desta semana que um casal espião foi apanhado no Porto a tentar estabelecer uma vida. A ação russa não vai parar apenas porque queremos que ela pare. Vai sempre tentar influenciar as nossas Democracias e Instituições. E enquanto Fidias é um veículo para espalhar a sua mensagem no Parlamento Europeu, certamente Portugal também irá ter os seus veículos. Saibamos antecipar e proteger a nossa sociedade.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.