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Enviada de segunda a domingo às 21h
Dois minutos por intervenção, trinta segundos de introdução, quinze para as últimas palavras. É a política em formato TikTok, rápido, por modas e facilmente esquecível.
Qual o objectivo de criar debates rápidos em que precisamos sempre de avançar de tópico para tocar em tudo, mas no final ninguém fica esclarecido? Cada vez mais se tornou um instrumento de protagonismo e propaganda, onde a forma é bem mais importante do que o conteúdo. Exemplo disto são a estrutura adotada pelos nossos media para fazer o "escrutínio" aos nossos partidos. 30 minutos de debate, 5 minutos para cada tópico. Não é um verdadeiro escrutínio aos partidos, não é uma clarificação das suas intenções. Cumpre apenas o propósito de entreter.
Na verdade, os media adoram um bom debate político. Fazem o pré-jogo com comentário a prever o que vai ser dito, durando horas nesta antevisão. Lançam as entrevistas rápidas para criar um efeito de magnitude, e após o debate volta-se para dar notas, e comentar sobre as intenções e o que ficou por dizer de cada candidato/a. Gasta-se dinheiro nas produções e vinte vezes mais tempo do que no espaço para os verdadeiros intervenientes das eleições exporem as suas intenções para o pós 18 de Maio. Claro que neste tipo de debates não é permitido tempo para desenvolver uma ideia. Seria um risco.
Podia revelar incoerências, ou pior, podia mesmo revelar que não se tem pensamento político e visão para mudar o país. Dois minutos por intervenção, trinta segundos de introdução, quinze para as últimas palavras. É a política em formato TikTok, rápido, por modas e facilmente esquecível. A democracia segue o rumo dos seus protagonistas. A diferença para outros séculos é que esta revolução está a ser televisionada. Estamos no pico tecnológico, mas no vale de qualidade dos actores políticos. Mas verdade seja dita, o problema não está apenas nos políticos.
O que se passa neste formato não são verdadeiros debates. Falta confronto real, de ideias. Faltam perguntas difíceis. Falta honestidade política para esclarecer os cidadãos. Os políticos devem-se comprometer com as suas ideias, e estes debates idealmente seriam esse espaço de clareza. Estas estruturas parecem ser feitas com o cuidado de evitar que alguém diga algo relevante sobre como quer mudar o país. Quem apresenta a mudança estrutural em 2 minutos só pode estar a faltar à verdade e à responsabilidade do seu cargo público.
O mais triste de tudo isto é que já ninguém espera outra coisa da democracia portuguesa, dos partidos políticos e dos próprios media. Já conhecemos os protagonistas, já sabemos o que vão dizer e como vão dizer. Já sabemos um pouco do desfecho. E no meio de tudo isto, onde fica o Portugal presente e futuro? É mais um espectador que fica à espera que se cumpram as promessas de campanha, mas que sabe no fundo que não se pode contar com isso. Não se procuram soluções, não se procura apresentar o projecto para o nosso país, procura-se estar na crista do imediatismo político, e de subir nas próximas sondagens, que se querem diárias!
E ainda perguntam porque a abstenção cresce? Se a política é feita para o digital, o voto também será apenas digital. Mas que este desgaste seja o princípio de algo melhor. Que tudo isto sirva como empurrão para exigir debates a sério: com confronto de ideias, confronto de visões, com a lealdade e a responsabilidade que o cargo exige. Há toda uma nova geração atenta e inquieta, pronta para construir um país. Transformando a indiferença em ação, o populismo em pontes e o desencanto em escrutínio. A ideia de que Portugal pode ser muito mais do que é, podia começar por aqui.
A questão passa sempre por garantir que as regras e leis estão a ser também transpostas para o mundo digital. Sabemos bem que a maioria destes comentários feitos
fora destas redes sociais trariam consequências legais para estes indivíduos. No entanto, nem sabemos sequer quem os escreve.
São estes os nomes das pessoas que ativamente procuram lucrar com o ódio, a polarização e que atiram areia para cara dos portugueses com falsos problemas. Mas não são só estes nomes que são responsáveis pela deriva antidemocrática, racista e xenófoba que acontece no nosso país.
Uma pessoa que vem da população para a política e que passou por todos os problemas que hoje tenta resolver. Um muçulmano apoiado por judeus. Tudo na sua história parece indicar pouca probabilidade de atingir o sucesso, especialmente no contexto financeiro americano, mas cá está ele.
Se o tema associado à sustentabilidade das próximas gerações sempre teve como prioridade o aspecto ambiental do planeta, cada vez mais parece ser apenas a ponta do iceberg.
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O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.