Fragmentos de um míssil russo, derrubado por forças ucranianas, caiu num prédio de apartamentos na capital da Ucrânia, Kiev. Serviços secretos britânicos alertam para o esgotamento das forças russas que dizem "estão praticamente paradas" em todas as frentes. Acompanhe o 22º dia de guerra.
A Organização Mundial de Saúde confirmou que já aconteceram 43 ataques a unidades de saúde na Ucrânia que mataram 12 pessoas e feriraram dezenas, incluindo funcionários de saúde.
"Em qualquer conflito, ataques a unidades de saúde são uma violação da lei internacional humanitária", afirmou o diretor-geral da OMS no Conselho de Segurança da ONU esta quinta-feira.
O embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, anunciou que a Rússia já não levará a votação na sexta-feira uma proposta de "resolução humanitária" para a guerra na Ucrânia.
"Decidimos, nesta fase, não pedir uma votação sobre o nosso projeto, mas não estamos a retirar o projeto de resolução", indicou o embaixador russo em declarações ao Conselho de Segurança da ONU.
O representante russo avançou ainda que a Rússia aproveitará para pedir para esta sexta-feira de manhã uma reunião de emergência para discutir novamente alegados "laboratórios biológicos" na Ucrânia, afirmando ter "novas provas" para apresentar.
Paróquia do Campo Grande trouxe refugiados a partir de Varsóvia. Entre eles estão 20 crianças.
O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, voltou a dizer que o país rejeita a possibilidade de a NATO encerrar o espaço aéreo sobre a Ucrânia, algo que o governo de Zelensky tem vindo a exigir de maneira a evitar ataques aéreos russos.
"Se encerrarmos o espaço aéreo, isso conduzia-nos a uma situação de luta contra a Rússia, e como temos dito, não queremos chegar a esse ponto", disse em conferência de imprensa conjunta em Bratislava com o seu homólogo Jaroslav Nad.
Austin explicou que "não existe uma versãolight de encerrar o espaço aéreo, nem uma situação de guerralight com a Rússia".
Pelo menos 928 mil pessoas estão sem eletricidade na Ucrânia devido à guerra, adiantou esta quinta-feira o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, a que se somam 259 mil pessoas sem abastecimento de gás natural, essencial para o aquecimento.
Portugal concedeu até hoje 13.237 pedidos de proteção temporária a pessoas chegadas da Ucrânia em consequência da situação de guerra, segundo a última atualização feita à Lusa pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Estes 13.237 pedidos de proteção temporária foram feitos no SEF desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro.
Portugal, que até ao momento não registou qualquer caso de tráfico entre as pessoas chegadas da Ucrânia em consequência da guerra, vai entregar aos refugiados um guia de prevenção sobre os riscos deste crime, anunciou hoje o Governo.
No final da apresentação do projeto "Melhorar os sistemas de prevenção, assistência, proteção e (re)integração para vítimas de exploração sexual", a ministra da Administração Interna afirmou aos jornalistas que, "assim que as autoridades portuguesas se aperceberam" da possibilidade de casos de tráfico de seres humanos entre refugiados ucranianos, existiu "a preocupação e a perceção de prevenir o fenómeno".
Nesse sentido, sublinhou Francisca Van Dunem, o SEF, em articulação com a GNR, está a fazer controlos móveis aleatórios na fronteira com Espanha para evitar o tráfico de pessoas em fuga da Ucrânia.
Segundo a ministra, esses controlos são feitos aos grupos e autocarros que trazem pessoas da Ucrânia para Portugal.
"Não tenho indicação que tenha havido algum caso já sinalizado como de tráfico de pessoas trazidas dos limites da Ucrânia neste contexto de deslocação de pessoas para Portugal", precisou.
O ex-governador de Mariupol afirmou que 130 pessoas foram resgatadas do teatro. Sergiy Taruta acredita que estavam 1.300 pessoas dentro do edifício quando aconteceu o bombardeamento. As equipas para o resgate de sobreviventes têm tido dificuldades, referiu o antigo governador. "As pessoas estão a fazer tudo sozinhas. Os meus amigos foram ajudar, mas devido aos bombardeamentos constantes não era seguro. As pessoas estão a limpar os escombros." As autoridades em Mariupol disseram que ainda não é possível estimar o número de possíveis vítimas do ataque, nem as informações corretas sobre estas pessoas.
A Ucrânia entregou nove soldados russos que tinham sido capturados para assegurar a libertação de Ivan Fedorov, presidente da câmara de Melitopol.
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Mevlüt Çavusoglu, considerou existirem "fortes esperanças para um cessar-fogo" depois de se ter encontrado com Dmytro Kuleba, o seu homólogo ucraniano, em Lviv. Os dois ministros discutiram uma proposta para assegurar um corredor humanitário para a cidade de Mariupol, onde os bombardeamentos têm atingido edifícios residenciais, uma maternidade e um teatro.
A Ucrânia e a Rússia estão a levar as conversações de paz a sério, mas mantém-se uma grande divisão entre os dois lados. A informação foi avançada por fontes ocidentais à Reuters. "Os dois lados estão a levar-se a sério mas existe uma divisão muito, muito grande entre as posições em questão", afirmou um representante. "Os que viram o presidente russo a dirigir-se à nação ontemseriam perdoados por pensar que a Rússia não está aberta a chegar a um acordo."
As autoridades locais anunciaram o início das buscas por vítimas entre os escombros do teatro de Mariupol atingido ontem por mísseis russos.
Estariam aqui abrigados da guerra cerca de 1.000 a 1.200 pessoas, segundo as autoridades ucranianas. Zelensky, o presidente, falou em centenas de vítimas, mas o número de mortes ainda não é conhecido.
A Rússia já negou ter atingido o teatro.
O Uzbequistão, uma república da Ásia Central e aliada da Rússia, pediu esta quinta-feira uma solução diplomática para o conflito na Ucrânia e anunciou que não vai reconhecer as repúblicas separatistas pró-russas.
Este é o comunicado anti-guerra mais forte até ao momento, vindo de um aliado Soviético. O ministro dos Negócios Estrangeiros uzbeque Abdulaziz Kamilov disse no parlamento que embora Tashkent queira manter boas relações com a Moscovo e Kiev, é contra a guerra.
"Primeiro, o Ezbequistão está seriamente preocupado com a situação na Ucrânia", referiu. "Segundo, somos favoráveis ao encontro de uma solução diplomática e política. Mas para chegar aí, primeiro é preciso parar imediatamente com a violência e as hostilidades."
A economia uzbeque depende fortemente das exportações para a Rússia e das remessas de emigrantes na Rússia.
O presidente ucraniano dicursou esta quinta-feira perante o parlamento alemão. Evocando a queda do Muro de Berlim, Volodymyr Zelensky pediu ao chanceler alemão Olaf Scholz para deitar abaixo o muro entre a paz e o conflito na Europa e para parar a guerra na Ucrânia.
Recordando o apelo do antigo presidente dos EUA Ronald Reagan ao último líder Soviético Mikhail Gorbachev para que deitasse a abaixo o Muro de Berlim, Zelensky afirmou: "É isso que lhe peço querido chanceler Scholz: destrua este muro".
"Dê à Alemanha o papel de liderança que lhe é merecido para que os seus descendentes fiquem orgulhosos. Apoie a liberdade, apoie a Ucrânia, pare esta guerra, ajude-nos a parar esta guerra", acrescentou.
Segundo osdados das Nações Unidas, o número de refugiados que fugiu da Ucrânia já ultrapassa os 3 milhões de pessoas.
A maioria dos que fogem desde que começaram os ataques russos, a 24 de fevereiro, acabam por entrar na Polónia, chegando de comboio ou autocarro.
António Guterres fez a atualização dos dados na noite de quarta-feira. O secretário-geral da ONU pediu mais uma vez a retirada das tropas russas. "O povo da Ucrânia precisa desesperadamente de paz. E as pessoas em todo o mundo exigem-na. A Rússia deve parar esta guerra já."
O número de civis mortos durante ataques russos à cidade de Chernihiv tem vindo a aumenta. Só ontem registaram-se 53 vítimas mortais, anunciou o governador da região.
"Estamos a sofrer perdas pesadas - 53 civis foram mortos ontem", referiu esta quinta-feira, Viacheslav Chaus.
Esta informação não foi, no entanto, ainda confirmada por fontes não envolvidas no conflito. Do lado russo, mantém-se a recusa de que estão a ser atacados civis.
A Rússia garante que tem o poder de colocar os inimigos liderados pelos EUA no seu lugar. E Moscovo frustrará o plano russofóbico do Ocidente de destruir a Rússia, afirmou um dos aliados mais próximos do presidente Vladimir Putin, esta quinta-feira.
Dmitry Medvedev, que foi presidente de 2008 a 2012 e agora é vice-secretário do Conselho de Segurança da Rússia, adiantou que os Estados Unidos alimentaram uma russofobia "repugnante" numa tentativa de forçar a Rússia a ajoelhar-se para depois destruí-la.
"Não vai funcionar - a Rússia tem o poder de colocar todos os nossos inimigos impetuosos no seu lugar", disse Medvedev.
Os serviços secretos britânicos acreditam que a invasão russa da Ucrânia está parada em várias frentes, com as forças russas a sofrerem pesadas baixas e a fazerem avanços mínimos por terra, ar ou mar, nos últimos dias.
"A resistência ucraniana mantém-se firme e bem coordenada", referiu o ministro da Defesa britânico. "A maioria do território ucraniano, incluindo as principais cidades, permanecem sob domínio ucraniano."
Os sites governamentais russos estão a enfrentar um ciberataques sem precedente, enquanto tentam filtrar o tráfego online estrangeiro, referiu a agência de notícias russa TASS, que cita o ministro para o digital.
As entidades governamentais e as empresas estatais são os alvos dos ciberataques, uma resposta à invasão russa da Ucrânia. Entre os sites que estão a enfrentar problemas encontram-se a página do Kremlin, da companhia aérea de bandeira Aeroflot e o maior banco da Rússia, o Sberbank.
Pelo menos uma pessoa morreu e três ficaram feridas após vários fragmentos de um míssil russo, derrubado por forças ucranianas, terem caído num prédio de apartamentos na capital da Ucrânia, Kiev.
O Serviço de Emergência da Ucrânia (SES) anunciou, através da plataforma Telegram, que "membros das unidades de bombeiros e de resgate mais próximos chegaram imediatamente ao local", no distrito de Darnitski.
As equipas de resgate acreditam que os fragmentos do míssil russo tenham destruído as estruturas do prédio, no 16.º andar, causando ainda um incêndio.
"As operações de resgate estão em andamento para remover detritos e procurar mais pessoas", disse o SES.
"De acordo com dados preliminares, 30 pessoas foram retiradas, incluindo três feridos. Uma pessoa foi morta", acrescentou.
Há semanas que o exército russo tem vindo a cercar a capital ucraniana e já causou mortes com ataques de mísseis em alguns dos bairros periféricos de Kiev.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou pelo menos 726 mortos e mais de 1.170 feridos, incluindo algumas dezenas de crianças, e provocou a fuga de cerca de 4,8 milhões de pessoas, entre as quais três milhões para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
O Governo adiou (de novo) a obrigação de uma “declaração de honra” inútil contra a corrupção.
Chamar a este projeto de “corredor da paz” enquanto se inscreve o nome de Trump é uma jogada de comunicação que consolida a sua imagem como mediador global da paz.
Cuidarmos de nós não é um luxo ou um capricho. Nem é um assunto que serve apenas para uma próxima publicação numa rede social. É um compromisso com a própria saúde, com a qualidade das nossas relações e com o nosso papel na comunidade.
Imaginemos que Zelensky, entre a espada e a parede, aceitava ceder os territórios a troco de uma ilusão de segurança. Alguém acredita que a Rússia, depois de recompor o seu exército, ficaria saciada com a parcela da Ucrânia que lhe foi servida de bandeja?
