Sábado – Pense por si

Trump envia tropas para travar protestos em Los Angeles. O que está a acontecer?

Luana Augusto
Luana Augusto 09 de junho de 2025 às 09:34
As mais lidas

Em causa está a medida de deportação de imigrantes que está a gerar grande controvérsia nos EUA. Como consequência dos protestos, pelo menos 118 pessoas já foram detidas.

Milhares de manifestantes voltaram a sair às ruas de Los Angeles, no domingo (8), pelo terceiro dia consecutivo contra as medidas de deportação de imigrantes dos Estados Unidos. Durante esta onda de protestos, vários carros Waymo foram incendiados e geraram-se enormes nuvens de fumo negro, levando o presidente norte-americano, Donald Trump, a apelar à intervenção das tropas da Guarda Nacional, assim como da polícia local.

AP Photo/Jae C. Hong

"Não deixem esses bandidos escaparem impunes. Façam a América grande novamente", escreveu o republicano nas suas redes sociais, ao classificar a situação como "péssima". "Tragam as tropas (...). Prendam as pessoas já!"

Os manifestantes chegaram a bloquear o trânsito de uma das vias mais importantes do centro da cidade, tendo este episódio feito aumentar o nível de tensão, com confrontos a envolver os agentes de segurança. No sábado, o governo americano decidiu, por isso, anunciar o envio de 2 mil tropas.

AP Photo/Jae Hong

"Nos últimos dias, multidões violentas atacaram polícias do ICE [polícia da imigração] e agentes federais que realizavam operações básicas de deportação em Los Angeles, Califórnia. Essas operações são essenciais para interromper e reverter a invasão de criminosos ilegais nos EUA. Após essa violência, os irresponsáveis líderes democratas da Califórnia abdicaram completamente da sua responsabilidade de proteger seus cidadãos. É por isso que o presidente Trump assinou um memorando presidencial para mobilizar 2 mil membros da Guarda Nacional para lidar com a ilegalidade que permitiram que se agravasse", lê-se num comunicado da Casa Branca.

Durante os confrontos, a polícia recorreu ao uso de gás lacrimogéneo, balas de borracha, granadas não letais e à violência, para controlar a multidão que gritava: "Fora, ICE", em referência ao Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA. Segundo alguns vizinhos que estavam no local, vários imigrantes chegaram até a abrigar-se dentro de comércios locais com medo de sair às ruas. Os manifestantes só acabaram por dispersar ao cair da noite.

AP Photo/Eric Thayer

Até ao momento, há registo de pelo menos 118 detenções, em Los Angeles. Sabe-se que também dois polícias ficaram feridos, como consequência destes confrontos, e que foram hospitalizados tendo já recebido alta.

Na rede social X, o governador democrata da Califórnia, Gavin Newsom, deixou fortes críticas a Donald Trump ao considerar que esta medida é "propositadamente inflamatória" e que só "aumentará as tensões". Apelou, por isso, para que fosse colocado um fim à mobilização das tropas da Guarda Nacional.

"Donald Trump criou uma crise e está a agravar as condições. Se ele não conseguir resolver, nós resolveremos", escreveu. "Não tínhamos problemas até Trump se envolver. Isto é uma grave violação da soberania do estado – inflama tensões e desvia recursos de onde realmente são necessários."

Artigos Relacionados

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.

Cuidados intensivos

Loucuras de Verão

Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.