Na terceira aparição de Pedro Sánchez desde o apagão que aconteceu ontem por volta das 11h30 (12h30, hora local espanhola), o presidente do governo anunciou que vai responsabilizar os operadores privados de forma a reformar o sistema elétrico do país, e que vai pedir ainda um "relatório independente" a Bruxelas para apurar a causa da falha elétrica. 

Numa conferência de imprensa esta manhã, o líder do governo espanhol deu atualizações sobre o corte elétrico que entretanto já foi reposto na maioria do país. "Como sabem, durante toda a noite o nosso sistema foi reativando os seus centros de produção e às seis horas da manhã tinha recuperado mais de 99,5% do fornecimento total", anunciou Sánchez, acrescentando que não foram registados quaisquer incidentes durante a noite.

Apesar da maioria dos transportes estarem a funcionar com normalidade, a ferrovia ainda está a verificar algumas dificuldades. "Os principais obstáculos persistem no tráfego ferroviário. Durante toda a noite de ontem, foram assistidos mais de 35 mil passageiros", havendo ainda várias zonas do país sem serviços de comboio.

O líder espanhol mencionou ainda a abertura de uma investigação para determinar as possíveis causas do apagão. "Os técnicos das redes elétricas continuam a analisar os seus sistemas (...) Paralelamente, as empresas privadas de produção de energia estão a efetuar análises de telemetria dos seus centros de gestão e produção. Algo que nos deverá permitir saber com mais pormenor o que aconteceu naqueles cinco segundos que precipitaram o colapso do sistema".

"O governo espanhol vai apurar este assunto e serão feitas reformas e tomadas as medidas necessárias para que isto não volte a acontecer. E, obviamente, vamos exigir as devidas responsabilidades aos operadores privados", garantiu o governante. "Isto não pode voltar a acontecer", acrescentou.

Sánchez negou também as especulações de que o apagão tenha sido causado pela falta de energia nuclear. As pessoas que acreditam que tal tenha acontecido, "ou estão a mentir ou demonstram ignorância". "Se dependêssemos mais da energia nuclear, a recuperação não teria sido tão rápida como a que estamos a viver", afirmou, recordando que as centrais nucleares ainda não recuperaram a sua atividade. 

Além de responsabilizar as operadoras de energia privadas, o governo espanhol vai pedir um "relatório independente" a Bruxelas para ter uma ideia "muito mais exacta" do que se passou desde as 12h33 de segunda-feira. Espanha vai criar ainda uma comissão de inquérito, liderada pelo Ministério da Transição Ecológica e pela terceira vice-primeira-ministra, Sara Aagesen.

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