"É um escândalo que um presumível violador possa escapar à justiça e assim evitar os tribunais. Existem provas neste caso e estas provas deveriam ser analisadas durante um julgamento", declarou a advogada Elisabeth Fritz numa mensagem de correio electrónico dirigida à agência France-Presse.
"A minha cliente está chocada e nenhuma decisão (...) pode alterar o facto de que Assange a violou", adiantou.
Esta queixosa, com cerca de 30 anos na altura dos factos, espera há cerca de sete anos que o australiano de 45 anos seja acusado.
A procuradoria da Suécia anunciou que abandona o processo por violação contra Assange, mas a procuradora Marianne Ny recusou pronunciar-se sobre a culpa ou inocência do fundador do WikiLeaks.
A procuradora explicou que o arquivamento se deve à falta de qualquer perspectiva de vir a conseguir a extradição de Assange, pelo que foi igualmente decidido revogar o mandado de detenção europeu de que é alvo.
A procuradoria da Suécia indicou, no entanto, que o processo pode ser reaberto até à prescrição do delito, em 2020.
Foi esta sexta-feira lembrado que Assange ainda é procurado por ter faltado a um julgamento e que se pisasse solo britânico seria preso.
O advogado que representa o fundador do Wikileaks, Juan Branco, informou que este procurava asilo político em França, sem especificar como o seu cliente pretende chegar a território francês sem ser detido.
Assange, que se refugiou na embaixada do Equador em Londres em 2012 para escapar ao mandado de detenção europeu emitido pela Suécia, sempre negou as acusações, alegando que as relações sexuais com a queixosa foram consentidas.
Argumenta que o mandado de detenção é uma manobra para conseguir a sua extradição para os Estados Unidos, onde pode ser processado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.