Os políticos americanos dividiram-se sobre o que fazer em 1975: no ano anterior, tinham abandonado Spínola, no auge do Verão Quente esperavam uma guerra civil
A agência de espionagem americana levou algum tempo a compreender que o golpe militar de 25 de Abril de 1974 era na realidade controlado por oficiais de patente intermédia, cujas intenções os espiões americanos aparentemente desconheciam. Apesar de haver indícios de instabilidade política em Portugal nos meses anteriores ao golpe, a CIA foi apanhada de surpresa e continuou a julgar que se tratava de um movimento liderado por generais. Como sugerem os relatórios desclassificados da agência, os espiões americanos levaram semanas a compreender que o general António de Spínola estava longe de controlar a situação e que a sua eventual queda daria origem à radicalização inevitável do País. Os Estados Unidos tiveram oportunidade de ajudar o Presidente Spínola, mas nunca o fizeram. As razões da omissão são pouco claras, mas podem estar ligadas ao calendário do escândalo Watergate, à incompreensão do problema por parte do Presidente Richard Nixon e do seu secretário de Estado, Henry Kissinger, ou à profunda crise interna na própria agência de espionagem, que um pouco antes do golpe em Portugal tinha sido alvo de uma purga em larga escala.
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