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Polícia e Guarda Civil não foram questionadas pela Bélgica sobre imã

23 de agosto de 2017 às 13:17
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Esta informação vem desmentir as afirmações do autarca do município belga de Vilvoorde, Hans Bonte

A Polícia e a Guarda Civil espanholas afirmam que não receberam qualquer informação das autoridades belgas sobre o imã de Ripoll, Abdelbaki Es Satty, alegado instigador dos atentados da Catalunha, segundo avançaram fontes da luta anti-terrorista à agência Efe. 

Esta informação vem desmentir as afirmações do autarca do município belga de Vilvoorde, Hans Bonte, que assegurou ter comunicado às forças de segurança espanholas as suas suspeitas sobre o imã, embora sem mencionar a que corpo se referia.

Numa entrevista à Efe, o presidente da câmara de Vilvoorde garantiu que o imã, considerado o cabecilha da célula autora dos atentados de Barcelona e Cambrils (Terragona), despertou receios na própria comunidade muçulmana da zona, que decidiu expulsá-lo da mesquita.

Segundo o autarca, após as investigações que se realizaram sobre Es Satty, que viveu na localidade belga no início de 2016, concluiu-se que nem às autoridades daquele país, nem às espanholas contactadas constava então qualquer prova ou vínculo directo do imã de Ripoll a actos de terrorismo ou outras formas de criminalidade.

De qualquer forma, o autarca não mencionou em momento algum o corpo policial a que se dirigiram para indagar sobre o imã, que morreu na explosão da casa de Alcanar onde os terroristas preparavam um atentado de grandes dimensões e onde teriam mais de uma centena de botijas de butano.

O imã de Ripoll estava disposto a imolar-se, de acordo com o depoimento prestado terça-feira na Audiência Nacional por Fernando Andreu, o detido ferido na explosão.

Em seu nome apareceram bilhetes de avião com destino à Bélgica, encontrados nos escombros de Alcanar.