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ONU "preocupada" com os "dias de raiva" em Jerusalém

08 de dezembro de 2017 às 18:43
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A ONU está "particularmente preocupada com os riscos de uma escalada de violência" na sequência do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA

A ONU está "particularmente preocupada com os riscos de uma escalada de violência" na sequência do reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel pelos EUA, considerou o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente.

Trump
Trump

Nickolay Mladenov falava - numa intervenção por videoconferência a partir de Jerusalém - na abertura da reunião do Conselho de Segurança da ONU, convocada de urgência devido ao anúncio de quarta-feira do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O responsável da ONU recordou que os movimentos palestinianos apelaram a três dias de raiva por causa da decisão dos EUA e salientou que esta também aumenta o risco de "radicalização perigosa". Mladenov também apelou aos dirigentes mundiais para que "demonstrem sabedoria" para manter a calma na região.

O coordenador especial da ONU reiterou que qualquer estatuto de Jerusalém deve surgir do diálogo direto entre israelitas e palestinianos e advertiu para os riscos que possam surgir de "ações unilaterais".

Na quarta-feira, o Presidente Donald Trump anunciou que os Estados Unidos iriam mudar a sua embaixada em Israel de Telavive para Jerusalém, reconhecendo a cidade como capital daquele país.

A mudança de política diplomática - os Estados Unidos afirmavam, até agora, manter a neutralidade no conflito israelo-palestiniano - enfureceu o Mundo Árabe e os muçulmanos em geral, que encaram a decisão como uma confirmação de que os Estados Unidos escolheram o lado de Israel no mais perigoso e duradouro conflito da região do Médio Oriente.

Jerusalém alberga alguns dos mais sagrados locais de culto para muçulmanos e cristãos, bem como o mais sagrado local religioso do Judaísmo. Os palestinianos querem ter como capital de um futuro Estado da Palestina o setor oriental da cidade, anexado por Israel. Já Israel não quer ceder qualquer parte da cidade, que considera a sua capital histórica.

A comunidade internacional nunca reconheceu Jerusalém como capital de Israel, nem a anexação da parte oriental da cidade, conquistada em 1967.

Protesto já fizeram pelo menos um morto

Milhares de palestinianos saíram hoje à rua na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, no segundo dia de protesto contra a decisão do presidente norte-americano, Donald Trump, de mudar a embaixada norte-americana de Telavive para Jerusalém, reconhecendo desta forma a cidade sagrada como capital de Israel.

Os protestos já provocaram a morte a um palestiniano em troca de tiros com militares israelitas e mais de 80 feridos. O Ministério da Saúde israelita tinha avançado com duas vítimas mortais, mas corrigiu a última informação e confirma apenas um morto.  

O Hamas e o Hezbollah convocaram um "dia de raiva" em protesto contra a decisão norte-americana e milhares de palestinianos saíram à rua em Belém, na Cisjordânia, e na Faixa de Gaza, para confrontarem os militares israelitas. 

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.