Também deputado Tomás Guanipa declarou em conferência de imprensa, em nome da coligação da oposição Mesa de Unidade Democrática (MUD), que "mais de 80 pessoas ficaram feridas apenas em Caracas". Guanipa considerou que na quarta-feira as forças de segurança levaram a cabo uma "repressão maior que noutras oportunidades" contra os manifestantes.
Os municípios de Baruta e Chacao são diariamente palco de protestos contra o governo, que desde o passado dia 1 de Abril já causaram 59 mortos e um milhar de feridos, segundo números do Ministério Público.
"O momento é muito grave"
Também em Caracas, o secretário de Estado português das Comunidades, José Luís Carneiro, garantiu que os portugueses radicados na Venezuela estão conscientes da gravidade do momento que estão a passar e o Governo português tudo fará para acolher os que decidam regressar a Portugal.
"O momento é muito grave. O momento que se vive na Venezuela é muito, muito grave, e os portugueses estão conscientes da gravidade do momento que estão a passar", disse à agência Lusa no âmbito de uma visita de quatro dias à Venezuela, que começou na terça-feira, durante a qual se reuniu com portugueses, empresários, dirigentes associativos, nas cidades venezuelanas de Maracay e Valência.
"O mais surpreendente de tudo aquilo que encontrei é uma vontade muito grande de vencerem estas dificuldades e poder ver, testemunhar, in-loco portugueses que foram vítimas de assaltos, de assaltos que destruíram o seu património, que destruíram os seus estabelecimentos e já se encontram a tentar recuperar esses estabelecimentos, já se encontram de novo a abrir as portas e a afirmarem que querem fazer da Venezuela o seu país de futuro", disse.
Por outro lado explicou que "naturalmente que as novas gerações, as gerações da segunda e terceira geração e nomeadamente os seus pais vivem angustiados com o seu futuro e começam a perspectivar e a verificar como é que poderão encontrar saídas para esses seus filhos".
"E, procuram também saber como é que podem aceder ao ensino superior em Portugal e como é que Portugal poderá acolher alguns desses portugueses, no futuro", disse.
O Secretário de Estado das Comunidades transmitiu "a todos, por um lado uma mensagem de proximidade, de querer estar com eles [portugueses] nos momentos mais difíceis que estão a passar e ao mesmo tempo também os braços abertos de Portugal para os receber se essa for a sua decisão".
"Mas a grande maioria, mais de 90% das pessoas com quem falei mostraram a vontade de recuperarem os seus estabelecimentos, de investir na Venezuela, por sentirem que pese embora este momento profundamente grave por que estão a passar a Venezuela ser um país com muitas oportunidades de investimento e muitas oportunidades em relação ao futuro", rematou.