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O fosso entre Xi Jinping e os jornalistas estrangeiros

Sara Capelo
Sara Capelo 04 de outubro de 2020 às 16:00

Os telemóveis dos correspondentes estrangeiros são vigiados. Quando são chamados para "tomar um chá", sabem que terão problemas por um artigo. É a primeira vez, desde os anos 70, que não há correspondentes australianos na China.

Em agosto de 2018, quando foi chamado para "tomar uma chávena de chá" no Ministério dos Assuntos Externos, Matthew Carney era o responsável pela redação do canal australiano ABC na China. Sabia que aquela designação era um "eufemismo para um raspanete" por ter escrito sobre os campos de reeducação ou as prisões de ativistas. Demorou dois anos para contar o que aconteceu nesse encontro (e tudo o que se seguiu: desde osemailsdo telemóvel lidos remotamente por alguém até à ameaça das autoridades chinesas de que deteriam a sua filha por um "crime com o visto"). 

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