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Ministro das Finanças da Turquia diz que país vai sair "mais forte" da crise

16 de agosto de 2018 às 17:02
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A desvalorização da lira turca piorou na semana passada, num cenário de crise diplomática com os Estados Unidos.

O ministro das Finanças da Turquia, Berat Albayrak, afirmou esta quinta-feira que o país vai sair "ainda mais forte" da actual crise monetária e que não há planos de assistência do Fundo Monetário internacional (FMI).

"Vamos sair ainda mais fortes desta turbulência", declarou Berat Albayrak numa teleconferência com investidores internacionais, citado pela televisão pública TRT.

"Não há planos do FMI. (...) Estamos concentrados nos investimentos estrangeiros directos", acrescentou o ministro, que é genro do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.

As declarações foram feitas numa altura em que a Turquia atravessa uma crise monetária com uma desvalorização acentuada da sua moeda, a lira turca, que perdeu cerca de 40% do valor face ao dólar e ao euro desde o início do ano.

A desvalorização da lira turca piorou na semana passada, num cenário de crise diplomática com os Estados Unidos.

Albayrak garantiu que o sistema bancário turco é "sólido" e prometeu que o Governo vai fazer reformas estruturais, exigidas pelos mercados há vários anos.

Segundo o ministro, as prioridades fixadas são combater a inflação (a taxa anual ficou perto de 16% em Julho) e impor disciplina orçamental.

As declarações parecem ter sido acolhidas de forma positiva pelos mercados. A lira turca, que tem vindo a recuperar desde há três dias, subia cerca de 3% face ao dólar às 15:00 (hora de Lisboa).

Apesar do alívio da pressão sobre a moeda turca, os economistas continuam preocupados com a disputa entre Ancara e Washington, relacionada com a detenção de um pastor norte-americano na Turquia, e com o domínio de Erdogan na economia.

Os mercados penalizaram fortemente a recusa do banco central em subir as taxas de juro no mês passado, apesar da queda da lira e da inflação galopante. Erdogan opõe-se a uma subida e pretende que as taxas de juro permaneçam baixas para apoiar o crescimento económico.

Editorial

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