Uma campanha de médicos norte-americanos contra a venda de armas semi-automáticas está a causar polémica no país, depois da Associação de Armas Nacional dos EUA (NRA, sigla original) ter criticado fortemente a posição dos profissionais de saúde.
Diversos médicos nos EUA usaram as redes sociais para mostrar fotografias das batas cobertas de sangue e o caos nas urgências, de forma a ilustrar como lidam com pacientes vítimas de tiroteios no país.
I held this 22-year-old’s heart & used my hand to pump blood through a bullet-riddled body. We resuscitated this person for nearly an hour & they made it to the OR, but would never make it home to their family. Tell me whose lane this is @NRA ? #thisisOURlane @ResearchAffirm pic.twitter.com/aXinICgI2g
— Regina Royan, MD MPH (@ReginaRoyan) 14 de novembro de 2018
A situação começou com um tweet da NRA a criticar o Colégio Americano de Médicos por darem a conhecer a sua posição a condenar armas de fogo semi-automáticas num documento publicado no final de Outubro, apresentando-se contra a venda das mesmas e a necessidade de uma regulamentação mais rigorosa. Em resposta, a NRA escreveu o referido tweet onde recomendava que os médicos tratassem dos assuntos que dizem respeito à sua área. Este foi publicado horas antes do tiroteio num bar da Califórnia, a 8 de Novembro, que vitimou 12 pessoas.
Em jeito de réplica, vários médicos publicaram as imagens mencionadas e demonstraram que impacto este tipo de armas tem no seu trabalho, originando mais um debate sobre a posse de armas de fogo e a violência armada na sociedade norte-americana.
Tiroteio em massa faz pelo menos 12 mortos na Califórnia. Atirador está morto
Um tiroteio "em massa" num restaurante-bar em Thousand Oaks, na Califórnia, EUA, matou pelo menos 12 pessoas, esta quinta-feira. O balanço oficial foi feito pela polícia do Condado de Ventura, que revelou que entre as vítimas está um membro do gabinete do xerife.
Stephanie Bonn da cirurgiã geral da Universidade de Medicina de New Jersey assinou o documento e partilhou a sua experiência a tratar este tipo de vítimas, explicando que se cria uma ligação especial entre os pacientes e os que cuidam deles, e que essa relação permite que os médicos fiquem numa posição excepcional para estudar e abordar este problema publicamente. "É muito trágico o que vemos todos os dias; termos de falar com as famílias vezes sem conta é sempre uma tragédia. E nunca se torna mais fácil. Nunca se fica indiferente ao que se passa", contou a médica.
Hey @NRA, #ThisISMyLane #ThisIsOurLane #thisiseveryoneslane Nobody loses, nobody's rights are infringed, if we end senseless violent death. pic.twitter.com/UfrAqkWyE9
— Nicholas Namias (@NicholasNamias) 13 de novembro de 2018
David Morris, de 42 anos, também cirurgião, respondeu ao tweet da NRA, citado pela BBC: "a menos que tenhas tido o coração de alguém a bater nas tuas mãos, não podes dizer-nos o que é ou não da nossa conta". O médico acrescentou ainda os profissionais de saúde e as vítimas são prejudicados por argumentos ultrapassados sobre o posse de armas.
"Este é o espaço de um médico. Nós é que pertencemos a este espaço, por isso este assunto é exactamente da nossa conta", continuou Bonn.
I am a trauma surgeon. This is what it looks like. #StayInMyLane #ThisisMyLane pic.twitter.com/aHb8SCHiuv
— Kathrine Holte, MD, DMSc (@kathrineholte) 10 de novembro de 2018
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