Milícia da etnia Dogon envolvida no massacre de mais de 130 pessoas numa aldeia Fula.
O governo do Mali anunciou, este domingo, que pôs fim às atividades de uma milícia da etnia Dogon envolvida no massacre de mais de 130 pessoas numa aldeia Fula, no centro do país, bem como o afastamento de chefias do exército.
A matança, a mais sangrenta desde o fim da operação lançada em 2013 por iniciativa francesa para expulsar os grupos 'jihadistas' que tinham tomado o controlo do norte do país, aconteceu no decurso da visita do Conselho de Segurança da ONU ao Mali e ao vizinho Burkina Faso.
Desde o aparecimento, há quatro anos, do grupo 'jihadista' do pregador Amadou Koufa, que recrutava essencialmente elementos do povo Fula, tradicionalmente criadores de gado, os confrontos entre esta comunidade e as etnias Bambara e Dogon, que praticam sobretudo a agricultura, multiplicaram-se, dando origem a "grupos de autodefesa".
A violência custou a vida a mais de 500 civis em 2018, segundo as Nações Unidas.
O Presidente Ibrahim Boubacar Keita reuniu no domingo um Conselho de Ministros extraordinário "para anunciar a dissolução da associação (de caçadores Dogon) 'Dan Nan Ambassagou' para deixar claro que a proteção das populações continuará a ser assumida unicamente pelo Estado", declarou à imprensa, o primeiro-ministro Soumeylou Boubeye Maiga.
Maiga também anunciou "a nomeação de novos líderes militares", após a demissão do Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, M'Bemba Moussa Keita, bem como do Exército e da Força Aérea. O novo chefe do exército é o general Abdoulaye Coulibaly, de acordo com um comunicado do governo.
As sanções contra os líderes do exército surgem também após o ataque 'jihadista' de 17 de março contra um acampamento do exército em Dioura (centro), durante o qual 26 soldados foram mortos.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse no domingo estar "chocado e indignado" com o massacre, que provocou a morte de pelo menos 134 pessoas, entre as quais mulheres e crianças.
Também a União Europeia condenou o ataque que ocorreu na madrugada de sábado, que foi atribuído a caçadores Dogon por uma associação para a defesa dos direitos dos pastores Kisal e um eleito local.
"O massacre de mais de 130 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e a destruição da aldeia de Ogossagou por homens armados vestidos como caçadores tradicionais suscitaram a máxima indignação da União Europeia (UE)", disse o porta-voz da chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini.
Mogherini pediu igualmente que fossem tomadas "medidas imediatas" para garantir a segurança e proteção da população do centro de Mali, que "passa sobretudo pelo desarmamento e desmantelamento de todas as milícias" que atuam na região.
A UE instou ainda as autoridades do Mali a realizar uma investigação minuciosa sobre estas ações e a responsabilizar os culpados, pois de outra forma "a insegurança continuará, o Estado de Direito retrocederá e as tensões entre as comunidades continuarão a colocar sérios riscos para a estabilidade do país".
Mali desfaz milícia envolvida em massacre e pune chefias militares
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