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Luaty Beirão: “Não me vejo como um ícone da liberdade de Angola”

Sara Capelo
Sara Capelo 30 de novembro de 2016 às 16:09

A sua prisão e greve de fome de 36 dias significaram “o fim da passividade das pessoas” face ao regime, diz o músico e activista que hoje apresenta em Lisboa o livro "Sou Eu Mais Livre, Então - Diário de um preso político angolano"

A prisão ajudou-o a reflectir. Nos 90 dias que passou numa cela de 2 por 3 metros na prisão de Calomboloca, em Luanda, e nos 36 dias em que esteve em greve de fome, Luaty Beirão, hoje com 35 anos, reflectiu sobre a Presidência de José Eduardo dos Santos, que contesta desde 2011. Concluiu que estar preso – acusado de "actos preparatórios de rebelião de malfeitores" – deu mais força à sua luta do que as pequenas manifestações. Além dos mosquitos, só tinha como companhia os livros e uns cadernos. As partes do diário que conseguiu fazer sair da prisão são agora publicadas em Portugal e justificaram esta entrevista à SÁBADO, por Skype, a partir de Angola, onde vive.

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