O comediante que provocou um terramoto no sistema político de Itália está de volta aos palcos, mas diz que não vai deixar de vez a política, que é só "um passo para o lado"
Em 2009, o comediante italiano Beppe Grillo ficou conhecido internacionalmente ao fundar o Movimento 5 Stelle (M5S, Movimento 5 Estrelas) que, dois anos mais tarde, em 2013 se tornou a segunda força mais votada nas eleições para o Parlamento de Itália. Agora anunciou que vai deixar a vida política, por a considerar "uma doença mental" e para "recuperar a liberdade", segundo disse em entrevista ao Corriere de la Serra.Afastado da linha da frente do combate político do M5S desde há uma ano, Grillo, de 68 anos, continuava na liderança do partido e, apesar do seu anúncio, diz: "Não estou a afastar-me. Digamos que dou um passo para o lado" - Grillo é um dos italianos mais influentes nas redes sociais.Tudo começou com um blog e depois com uma caravana com que percorreu o país, denunciando os problemas políticos. A ele juntou-se um vasto movimento de indignados. Daí a obter resultados surpreendentes em eleições foi apenas um passo. Além de representantes nas autarquias, o M5S conquistou 91 assentos no Parlamento nacional e 17 lugares no europeu e, elegeu também 36 Senadores, condicionando a actuação dos outros partidos políticos.Grillo entrou na política com uma postura anti-sistema. Independente, recusou alianças eleitorais e privilégios económicos e impediu os deputados e senadores do seu partido de fazê-lo também, o que lhe valeu algumas deserções.Diz agora que volta em pleno aos palcos que nunca abandonou e, no seu habitual estilo bem humorado diz que a sua passagem pela política foi unicamente fruto da imaginação dos italianos: "sempre fui aquele cómico que conheceram no passado (...). Na realidade não há duas personalidades de Grillo, foi a esquizofrenia de milhões de pessoas que identificaram em mim dois papéis: o de cómico e o de político".O comediante está a preparar um espectáculo que estreia a 2 de Fevereiro, em Milão, onde junta tecnologia com o estilo cabaré, em que promete "curar o delírio em massa" e que será, segundo o próprio, "uma grande terapia de grupo".
Itália: Beppe Grillo abandona a liderança política
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