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Isto não devia ser a América. Mas é

Germano Almeida, em Washington DC
Germano Almeida, em Washington DC 29 de janeiro de 2025 às 23:00

Viragem para dentro, aversão ao apoio à Ucrânia, impostos mais baixos, Biden “pôs a América no declínio”. Para os apoiantes de Trump, o regresso de Donald levará “à nova era dourada americana”: sem imigrantes ilegais, sem wokismo e com muita adesão às narrativas falsas do seu herói.

Em 2017, a primeira tomada de posse de Trump foi vivida em ambiente de choque e quase aberração. Oito anos depois, o regresso de Donald soa a normalidade, mas não devia: as mentiras continuam lá, as propostas entre o radical e o disruptivo estão cada vez piores. A “revolução populista” do “acabar com a carnificina americana” de Steve Bannon passou a ter o acrescento da “oligarquia tecnológica” (expressão de Biden, na despedida, sobre Musk e concorrentes) e ainda do movimento, nunca devidamente relevado, do Make America Healthy Again, de Robert F. Kennedy Jr. Na festa trumpista de 20 de janeiro estavam lá todos, em Washington DC: apoiantes da primeira eleição (base branca pouco qualificada, sobretudo masculina), aderentes do movimento Kennedy (com maior representação feminina), aspirantes a tech bros (sobretudo jovens, maioritariamente rapazes). A coligação Trump está mais ampla e diversa. O discurso do líder carismático passou a ser ainda mais duro, egocêntrico e divisivo. A tomada de posse de Trump 2.0, vista da capital norte-americana, em seis ideias.

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