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Irmão de Trump tenta impedir publicação de livro comprometedor para presidente dos EUA

24 de junho de 2020 às 08:30
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Robert S. Trump pediu a um tribunal que impedisse a publicação do livro de Mary L. Trump, alegando que a autora teria violado um acordo de confidencialidade que assinou nos anos 1990, relacionado com a herança de Fred Trump, seu avô e pai de Donald Trump.

Um irmão de Donald Trump deu entrada de uma ação em tribunal para impedir a publicação de um livro potencialmente comprometedor, escrito por uma sobrinha do presidente dos EUA sobre a família, noticiou o New York Times.

Com o título Too Much and Never Enough: How My Family Created the World's Most Dangerous Man ("Demasiado e nunca suficiente: como a minha família criou o homem mais perigoso do mundo"), o livro tem publicação prevista para 28 de julho.

Robert S. Trump pediu a um tribunal de Queens, em Nova Iorque, que impedisse a publicação do livro de Mary L. Trump, alegando que a autora teria violado um acordo de confidencialidade que assinou nos anos 1990, relacionado com a herança de Fred Trump, seu avô e pai de Donald Trump.

"A tentativa de dramatizar e distorcer a nossa relação familiar após todos estes anos para obter ganhos financeiros é uma farsa e uma injustiça para a memória [...] dos nossos queridos pais", disse Robert S. Trump, numa declaração citada pelo jornal.

"O resto da família, e eu próprio, estamos muito orgulhosos do meu maravilhoso irmão, o Presidente, e para nós as ações de Mary são realmente uma vergonha", acrescentou.

Segundo a editora Simon & Schuster, o livro de memórias lança "luz" sobre "a história sombria" da família do Presidente norte-americano.

No livro, de 240 páginas, Mary L. Trump relata eventos que testemunhou na casa dos avós, em Nova Iorque, descrevendo "um pesadelo feito de traumas, relações destrutivas e uma trágica mistura de negligência e abuso", segundo a editora.

De acordo com o site de notícias Daily Beast, Mary Trump deverá também revelar que é a principal fonte de uma grande investigação sobre as finanças de Donald Trump publicada pelo New York Times.

O exclusivo, que ganhou o prémio Pulitzer em 2019, alegava que Donald Trump tinha estado envolvido em esquemas fiscais "fraudulentos" e recebido mais de 400 milhões de dólares (353 milhões de euros), provenientes do império imobiliário do pai.

O advogado de Mary L. Trump, Theodore Boutrous Jr., defendeu que o livro tem "extrema importância pública", criticando a ação judicial para travar a sua publicação.

"Os tribunais não vão tolerar este esforço descarado e sem fundamento de esmagar a liberdade de expressão, em violação da Primeira Emenda", disse.

A editora Simon & Schuster também afirmou estar confiante de que a tentativa de bloquear a publicação fracasse.

"Mary Trump escreveu uma história pessoal convincente de significado mundial e estamos ansiosos por ajudá-la a contar a sua história", disse Adam Rothberg, porta-voz da editora.

À agência Associated Press (AP), a Casa Branca recusou-se a comentar o livro ou a ação legal.

Mary L. Trump, psicóloga clínica, é filha de Fred Trump Jr, o irmão mais velho do Presidente dos EUA, que morreu em 1981.

Este não é o único livro comprometedor para Trump em que houve tentativas para bloquear a sua publicação.

Em 20 de junho, um juiz federal norte-americano determinou que o ex-conselheiro de segurança nacional John Bolton podia publicar um livro de memórias, apesar dos esforços da administração do Presidente Donald Trump para o impedir.

O governo dos Estados Unidos tinha apresentado um pedido para bloquear o lançamento de "A sala onde tudo aconteceu", crónica dos 17 meses que o ex-conselheiro Bolton passou com o ocupante da Sala Oval, em 2018 e 2019, dizendo-se preocupado com a possibilidade de a obra expor informações classificadas.

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