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Hospital de Berlim publica detalhes de envenenamento de Navalny

Opositor russo, depois do início dos primeiros sintomas, entrou em coma, a frequência cardíaca desacelerou drasticamente e a sua temperatura corporal caiu para 33,5 graus.

Os médicos de Berlim que trataram Alexei Navalny divulgaram hoje os detalhes clínicos do seu envenenamento com Novichok, enquanto o opositor russo saudou a publicação desta "prova" médica que Moscovo reclamava há meses.

"Um envenenamento grave com um inibidor da colinestérase foi diagnosticado no Charité [hospital universitário de Berlim", explicam os cientistas neste artigo de quatro páginas, publicado na revista científica The Lancet, que traça pela primeira vez os sintomas desencadeados pelo agente neurotóxico do grupo Novichok desenvolvido pela União Soviética na década de 1980.

"A verificação do envolvimento de um agente Novichok só foi feita vários dias após ter sido estabelecido o diagnóstico de intoxicação e não afetou as decisões de tratamento", continuam.

De acordo com o artigo publicado com o consentimento de Navalny, o opositor russo, depois do início dos primeiros sintomas, entrou em coma, a frequência cardíaca desacelerou drasticamente e a sua temperatura corporal caiu para 33,5 graus Celsius.

"O seu bom estado de saúde antes do envenenamento provavelmente favoreceu a recuperação", prosseguem os cientistas, contradizendo as conclusões dos médicos russos que por um tempo questionaram o estilo de vida e o estado geral de saúde de Navalny.

Um crítico feroz do regime de Vladimir Putin, Alexei Navalny adoeceu gravemente em 20 de agosto num avião na Sibéria, enquanto fazia campanha para as eleições locais e regionais.

Depois de ser tratado num hospital da Sibéria, foi transferido para o hospital Charité de Berlim, de onde recebeu alta algumas semanas depois.

Desde então, Navalny acusa os serviços secretos russos de estarem por trás da tentativa da assassínio, alegação considerada "delirantes" por Moscovo, que até agora negou que tenha sido envenenado, por falta de acesso a provas de intoxicação.

Navalny reagiu hoje à divulgação do estudo na Lancet com ironia.

"O mais importante é que Vladimir Putin esteja aliviado. Em cada conferência de imprensa, ele exclamava agitando as mãos ‘quando é que os alemães vão fornecer os seus dados?’… Isso já não importa, os dados médicos estão publicados e disponíveis para todo o mundo", declarou, na sua conta do Facebook.

A União Europeia exigiu explicações a Moscovo e aplicou sanções, às quais a Rússia responde na terça-feira com contramedidas.

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