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Ex-candidata à Comissão Europeia acusada de criar cargos fictícios em Bruxelas

Sylvie Goulard foi indicada, sem sucesso por Emmanuel Macron à Comissão de Ursula von der Leyen. Agora foi indiciado por desvio de fundos públicos no Parlamento Europeu.

A ex-eurodeputada centrista francesa Sylvie Goulard, indicada sem sucesso pelo Presidente francês para a Comissão europeia, foi hoje indiciada pela juíza responsável do processo dos empregos fictícios de assistentes do seu partido no Parlamento Europeu, referiu fonte judicial.

Goulard, cuja nomeação para a Comissão Europeia foi chumbada precisamente devido a este inquérito, foi indiciada por desvio de fundos públicos após a sua audição num tribunal de Paris, precisou a fonte judicial citada pela agência noticiosa AFP.

Os magistrados da área financeira do tribunal de Paris têm convocado desde 15 de novembro diversas pessoas no âmbito deste inquérito, designadamente por "cumplicidade no desvio de dinheiros públicos". Entre os convocados encontram-se o antigo guarda do ex-senador e ex-ministro da Justiça Michel Mercier e o diretor do partido de Goulard, o centrista Movimento democrata (MoDem), Alexandre Nardella.

O presidente do MoDem, François Bayrou, está convocado para sexta-feira.

Os magistrados procuram determinar se os colaboradores parlamentares foram remunerados pelos fundos do Parlamento Europeu, quando apenas estavam envolvidos em atividades para o partido francês.

A abertura de um inquérito preliminar do procurador de Paris, em junho de 2017, implicou a demissão de Bayrou do seu cargo ministerial, e ainda de Marielle de Sarnez do posto de ministro dos Assuntos Europeus e de Sylvie Goulard de ministra das Forças Armadas.

Este caso, juntamente com a polémica sobre as subvenções de um ‘think thank’ norte-americano, custaram a Sylvie Goulard um lugar na nova Comissão Europeia, que lhe foi recusado em outubro pelos eurodeputados.

Antiga eurodeputada (2009-2017), atual vice-governadora do Banco de França, Goulard aceitou este verão reembolsar o Parlamento Europeu em 45.000 euros.

Este montante corresponde a oito meses de salário de um dos seus assistentes, Stéphane Thérou, sobre quem não conseguiu fornecer "prova de trabalho". Em 30 de agosto, o Parlamento europeu encerrou este caso.

O MoDem não é a única formação política visada pela justiça por empregos presumivelmente fictícios no Parlamento europeu. Um inquérito semelhante foi aberto para A França Insubmissa (LFI, esquerda radical) e Frente Nacional (FN, extrema-direita), no qual cerca de 20 pessoas, incluindo Marine Le Pen, foram chamadas a prestar declarações.

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