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Empate técnico dita segunda volta nas eleições presidenciais do Equador

Ana Bela Ferreira
Ana Bela Ferreira 10 de fevereiro de 2025 às 08:28
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Atual presidente, Daniel Noboa, segue na frente por uma ligeira margem dos votos. Em segundo lugar está a opositora de esquerda Luisa González. A violência de gangues é o principal problema do país.

A eleição presidencial do Equador vai ser decidida numa segunda volta, depois da primeira, que teve lugar no domingo, ter terminado com um "empate técnico", segundo as autoridades eleitorais. Os equatorianos voltam às urnas a 13 de abril.

Reuters

Segunda volta vai ser disputada pelo presidente atual de centro direita, Daniel Noboa, de 37 anos, e pela sua opositora de esquerda, Luisa González, de 47. A diferença de votos entre os dois foi inferior a 1%. Os dois já se enfrentaram em 2023, quando ambos tentaram terminar o mandato do antecessor, Guillermo Lasso.

As sondagens apontavam Noboa como o vencedor provável logo à primeira volta, porém, a contagem dos votos acabou por mostrar um resultado diferente. As contagens durante a madrugada dava 44,3% para o incumbente e 43,9% para Luisa González.

Uma das principais bandeiras dos dois candidatos é a segurança, que tem sido o principal problema do país. Noboa, que é o herdeiro de uma grande fortuna nacional, garantiu que o destacamento do exército nas ruas e prisões, entre outras medidas, reduziu as mortes violentas em 15%, diminuindo a violência prisional e ajudando a capturar os principais líderes de gangues.

Porém a opositora de esquerda defendem mais esforços para lutar contra o crime relacionado com o tráfico de droga, que aumentou exponencialmente nos últimos anos no Equador. Luisa González, que tem o apoio do antigo presidente Rafael Correa, prometeu mais militares e operações policiais para ir atrás de juízes corruptos e levar a cabo um plano de investimento social para as áreas mais violentas.

"Esta vitória é para vocês porque Daniel Noboa representa medo e nós representamos a mudança e esperança de mudar o país. Estamos praticamente num empate técnico, com uma tendência, que é o mais importante, onde continuamos a crescer em votos e Daniel Noboa continua a cair nos votos", disse González esta madrugada aos seus apoiantes, na capital Quito.

Noboa não falou aos apoiantes durante a madrugada.

Durante a campanha esteve envolvido numa polémica com o seu vice-presidente, essencialmente por causa das condições em que poderia ou não tirar uma licença para fazer campanha. Na semana passada, o Tribunal Constitucional acabou a invalidar dois decretos que Noboa usou para tirar uma licença da presidência e fazer campanha eleitoral, tornando mais difícil que nomeie um vice-presidente interino que o possa substituir enquanto faz campanha para a segunda volta.

Noboa aprovou também uma série de políticas de última hora, que foram vistas como tentativa de atrair eleitores. Entre elas medidas para apoiar o regresso de emigrantes dos EUA, a tarifas às importações do México e um acordo comercial com o Canadá.