Primeiro-ministro, António Costa, não tem dúvidas: "bastaram duas semanas da nova presidência norte-americana para se perceber a importância de termos uma Europa forte e uma Europa unida". La Valetta recebe reunião informal da UE
O primeiro-ministro, António Costa, não tem dúvidas: "bastaram duas semanas da nova presidência norte-americana" para o mundo perceber que precisa de "uma Europa forte". O líder do Executivo Português confessou esperar que a cimeira informal da União Europeia, esta sexta-feira, em La Valetta, Malta, seja "um bom exemplo".
Os líderes da União Europeia encontram-se para falar sobre imigração ilegal no Mediterrâneo, os desafios que a Europa enfrenta e continuarão a debater, já sem Reino Unido na sala, o futuro da União a 27.
"Ccreio que para os mais cépticos bastaram duas semanas da nova presidência norte-americana para se perceber a importância de termos uma Europa forte e uma Europa unida. Uma Europa capaz de se afirmar no mundo no domínio da defesa, no domínio da política comercial, na política da gestão dos fluxos migratórios, e unida internamente", afirmou à saída de uma reunião dos socialistas europeus.
O primeiro-ministro disse esperar que a Europa possa "dar hoje ao mundo um bom exemplo de como a gestão dos fluxos migratórios pode ser feita de um modo diferente do que a politica de muros, que nada resolve e que simplesmente viola a dignidade dos seres humanos". Apontando que a cimeira de hoje "será concentrada numa dimensão muito importante, que tem a ver com a dimensão externa da política migratória", designadamente o trabalho que se deve fazer com os países de África, subsaariana e mediterrânica, para "combater as causas profundas dos movimentos migratórios", o primeiro-ministro disse que é aí que a Europa se pode diferenciar da nova política de Washington.
"Claro que é preciso uma resposta à administração norte-americana, mas a melhor resposta à administração norte-americana é mostrar como a Europa é uma fortaleza contra os seus valores e é capaz de actuar unida para ter uma posição no mundo forte e diferenciada daquela que é a posição da presidência norte-americana, nomeadamente na gestão da imigração", disse.
Costa destacou também a "dimensão humanitária" da resposta a dar, "que permita aquilo que é essencial: que o Mediterrâneo não continue a ser um cemitério de vidas", e haja "uma gestão humanitária em colaboração com as Nações Unidas". "A nossa resposta não é construir muros, não é banir nacionalidades de poderem vir à Europa", reforçou.
E que posição deve assumir a Europa face à administração Trump? O primeiro-ministro defendeu que, por um lado, se deve "saber preservar uma relação histórica que a Europa tem com os EUA, e não confundir com uma presidência que é necessariamente conjuntural", mas também perceber que a UE tem que se mostrar unida e mostrar que não está disponível "para que a presidência americana contribua para a divisão da Europa".
Brexit é outro dos temas que preocupa
A cimeira informal de Malta vai debater medidas a tomar para travar os fluxos migratórios no Mediterrâneo central, que passou a ser o principal "corredor" de imigração ilegal desde o norte de África até à Europa, incluindo de refugiados da Síria.
Depois de um almoço de trabalho, durante o qual os 28 discutirão "a situação internacional", os trabalhos serão retomados mas já só a 27, sem a primeira-ministra britânica, Theresa May, para discutir o futuro da Europa depois do Brexit.
Este debate, iniciado no ano passado numa cimeira informal em Bratislava, constitui também a preparação para a celebração do 60.º aniversário dos Tratados de Roma, a ter lugar a 25 de Março na capital italiana, e na qual os chefes de Estado e de Governo da UE se propõem adoptar uma estratégia comum e ambiciosa do bloco europeu para os próximos anos.
"Duas semanas de Trump" mostram que Europa precisa de ser forte e unida
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