Políticas anti-imigratórias, mandados de prisão em larga escala, sistema de justiça racista ou discriminatória e retirada de colaborações com autoridades e organizações internacionais criticadas incitam a advertência Human Rights Watch (HRW) pelos direitos humanos sobre as políticas de Donald Trump.
Entre os factos que apontam para situações preocupantes de condições de direitos humanos estão as políticas anti-imigratórias, mandados de prisão em larga escala, sistema de justiça racista ou discriminatória e retirada de colaborações com autoridades e organizações internacionais.
No campo da justiça interna, as mulheres foram a população que mais aumentou nas cadeias, com um aumento de 700% de reclusas entre 1980 e 2016, alerta o documento.
Mais de dois milhões de pessoas estão nas prisões norte-americanas e cerca de quatro milhões em liberdade condicional, diz o relatório.
Trinta Estados norte-americanos continuam a permitir a pena de morte, indica a HRW, com um número de 21 condenações à morte aplicadas até finais de novembro, em Estados do sul e do centro-oeste, das quais 11 execuções aconteceram no Texas.
A Human Rights Watch considera que as "disparidades raciais penetram todas as partes do sistema de justiça criminal" e continua a existir "discriminação racial no uso da força, detenções e revistas no trânsito pela polícia".
A população negra nos Estados Unidos é de 13%, mas 40% dos presos são negros, o que faz torna os suspeitos de raça negra terem cinco vezes mais chances de serem presos do que os brancos.
Até outubro de 2018, 876 pessoas morreram em tiroteios com a polícia, constatou o jornal The Washington Post.
O relatório fala ainda do julgamento desproporcional de menores e indica que 32 mil menores chegam anualmente a prisões de adultos e 1.300 pessoas receberam sentenças de prisão perpétua por crimes cometidos antes dos 18 anos e que não tiveram direito a defesa, dizem dados da Campaign for the Fair Sentencing of Youth, citados pela HRW.
Em outubro, o Supremo Tribunal do Estado de Washington considerou inconstitucional a sentença de prisão perpétua sem direito a defesa a menores, elevando para 22 o número de Estados (incluindo Colúmbia) que proíbem este tipo de sentença a menores.
Diferenças no tratamento de pobres pelo sistema de justiça também são visíveis, indica a Human Rights Watch, dando o exemplo de pessoas em prisão preventiva que não têm recursos monetários para pagar fianças e ficam encarcerados até aos julgamentos.
A Human Rights Watch observa também a existência de crimes de ódio no território dos EUA, destacando três ataques no mês de outubro: o tiroteio na sinagoga de Pittsburgh que matou 11 pessoas, o envio anónimo de explosivos a 12 figuras do Partido Democrata e a morte de duas pessoas afro-americanas numa mercearia em Louisville.
Os estrangeiros, imigrantes ilegais e refugiados veem os seus direitos frequentemente violados, nomeadamente na prestação de cuidados de saúde, diz a organização. Cerca de 2.500 famílias foram separadas nas fronteiras, com o afastamento de crianças e de pais que procuram asilo nos EUA, segundo o relatório.
Para a HRW, há uma vasta lista de "alvos sujeitos a ações federais e estatais que ameaçam restringir o acesso a cuidados de saúde", discriminados com base na sua orientação sexual ou religiosa.
O relatório fala também de uma maior atenção dada a casos de abusos de caráter sexual, proveniente do movimento #MeToo.
A recolha indevida de dados de utilizadores de plataformas digitais são uma grave violação de direitos de privacidade que se está a verificar nos EUA e outros países, indica a HRW, tal como ataques à liberdade de imprensa de 2018 pelo Presidente norte-americano, Donald Trump.
Para a HRW, a administração Trump apresentou posições "inconsistentes" quanto a um dos casos que chocou a comunidade internacional, o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi alegadamente por agentes da Arábia Saudita.
O Presidente norte-americano pôs em causa os resultados de investigações da Agência de Inteligência dos EUA e continuou a apostar nas relações de amizade com a Arábia Saudita, apesar de sanções a 17 pessoas supostamente envolvidas no homicídio do jornalista.
O relatório da Human Rights Watch aponta igualmente vários assuntos de preocupação em matéria de política exterior, como o cancelamento das contribuições monetárias para missões de paz internacionais e a saída do acordo nuclear com o Irão em maio do ano passado.
Em junho de 2018, os EUA tornaram-se o primeiro país a sair por decisão política do Conselho dos Direitos Humanos da ONU.
"Os Estados Unidos continuaram a andar para trás em direitos humanos, em casa e fora, durante o segundo ano da administração do Presidente Trump" é a frase que inicia o texto da Human Rights Watch sobre os Estados Unidos da América.
Direitos humanos: Human Rights Watch denuncia degradação nos Estados Unidos em 2018
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