Sábado – Pense por si

Demite-se chefe da polícia de Malta acusado de falhas no caso Caruana Galizia

Cutajar, nomeado em 2016, afirmou na sua carta de demissão que se afasta "para que possam ser realizadas as necessárias mudanças na polícia".

O chefe da polícia de Malta, Lawrence Cutajar, demitiu-se hoje depois de um polémico mandato marcado por críticas, nomeadamente do novo primeiro-ministro maltês, à forma como dirigiu a investigação ao assassínio da jornalista Daphne Caruana Galizia.

O chefe do governo, Robert Abela, em funções há apenas quatro dias, anunciou em conferência de imprensa a demissão de Cutajar, reclamada há muito pelos familiares de Daphne Caruana.

Um dos filhos da jornalista, Paul, celebrou a notícia no Twitter: "Riram-se de nós quando, um dia depois de a minha mãe ser assassinada, pedimos a demissão do primeiro-ministro e do chefe da polícia. Vejam como caem".

Robert Abela acedeu ao cargo após a demissão de Joseph Muscat por acusações de interferência política na investigação e ligações de colaboradores seus ao crime.

Cutajar, nomeado em 2016, afirmou na sua carta de demissão que se afasta "para que possam ser realizadas as necessárias mudanças na polícia", segundo o primeiro-ministro.

A família da jornalista e movimentos cívicos acusam Cutajar de incúria na condução de investigação e de não ter protegido adequadamente a jornalista, que era alvo de ameaças, antes do crime.

Uma das principais críticas tem a ver com a inação de Cutajar no caso da falência do banco maltês Pilatus, cujo presidente, o iraniano Ali Sadr Hasheminejad, denunciado pela jornalista por casos de corrupção em Malta, foi depois detido nos Estados Unidos e acusado de branqueamento de capitais.

Ficaram famosas em Malta as imagens que mostram Cutajar a sair de um restaurante onde jantava com colegas enquanto na televisão passavam imagens do presidente do Pilatus a sair por uma porta das traseiras do banco com duas malas nas mãos.

Daphne Caruana Galizia, que investigava casos de corrupção na elite política e empresarial do país, foi morta a 16 de outubro de 2017 com um engenho explosivo colocado no seu automóvel em Bidnija, onde vivia.

Três homens foram formalmente acusados do homicídio da jornalista.

As 10 lições de Zaluzhny (I)

O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.