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Cubanos correram “risco de enfarte” ao ouvir Obama, diz Castro

Num texto intitulado “Irmão Obama”, líder da revolução cubana diz que o seu país não “precisa que o império [EUA] lhe dê nenhum presente”

O ex-presidente cubano Fidel Castro afirmou, esta segunda-feira, que Cuba não vai esquecer as confrontações do passado com os EUA e que a ilha "não precisa de presentes" do vizinho do norte.

"Não precisamos que o império nos dê nenhum presente", afirmou o "pai" da revolução cubana, 89 anos, retirado do poder desde 2006, num texto publicado uma semana depois da visita do presidente norte-americano, Barack Obama, a Havana. "Os nossos esforços serão legais e pacíficos, porque o nosso compromisso é com a paz e a fraternidade de todos os seres humanos que vivem no planeta", acrescentou no longo texto, intitulado "Irmão Obama". 

Sobre o discurso do presidente norte-americano na terça-feira em Havana, Fidel Castro escreve que, ao falar de "esquecer o passado e olhar para o futuro", Obama recorreu "às palavras mais melosas" e que os cubanos correram "risco de um enfarte" ao ouvir Obama falar de cubanos e norte-americanos como "amigos, família e vizinhos", citando uma longa lista de contenciosos passados entre os dois países.

"Que ninguém se iluda quanto ao facto de que o povo deste país nobre e desinteressado renunciará à glória e aos direitos, à riqueza espiritual adquirida pelo desenvolvimento da educação, a ciência e a cultura", afirmou.

Fidel Castro criticou igualmente as palavras de Obama sobre "enterrar os últimos vestígios da Guerra Fria", avançando com a "modesta sugestão" de que Obama "reflicta e não tente teorizar sobre a política cubana".

O texto é datado de 27 de Março e foi divulgado hoje nos media oficiais da ilha.

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