NEWSLETTER EXCLUSIVA PARA ASSINANTES Novidades com vantagens exclusivas: descontos e ofertas em produtos e serviços; divulgação de conteúdos exclusivos e comunicação de novas funcionalidades. (Enviada mensalmente)
Brasil registou 1.536 conflitos no campo no ano passado, valor mais elevado desde 2008
O Brasil registou 1.536 conflitos no campo - total que soma os conflitos por terra, água e laborais -, valor mais elevado desde 2008, segundo o relatório Conflitos no Campo - 2016 divulgado pela Comissão Pastoral da Terra.
Ao todo, 61 pessoas foram assassinadas nestes conflitos, o maior número desde 2003, ano em que foram mortas 73 pessoas.
O relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT) acentuou que a violência avança, como em anos anteriores, para as novas áreas de expansão do capital e do agronegócio, nomeadamente a região amazónica e o cerrado, ecossistema que abarca o centro do Brasil. "Na Amazónia, se concentraram 57% das ocorrências de conflito, e 54% das famílias envolvidas em conflitos por terra. Como a região abriga só 12% da população brasileira pode-se ter uma noção da intensidade dos conflitos que lá ocorrem", lê-se no relatório.
O cerrado, principal área de expansão do agronegócio brasileiro, onde vive 14,9% da população rural do país, concentra 24,1% do total das localidades envolvidas nestes conflitos. Assim, os conflitos atingiram 67% da população local.
No documento indica-se que no ano passado foram registadas 74 tentativas de assassínio, 200 pessoas foram ameaçadas de morte, 571 foram agredidas fisicamente, além de outros 228 camponeses terem sido presos.
O teólogo brasileiro Leonardo Boff, que participou na elaboração do relatório, destaca que estes problemas não são pontuais. "Estamos montados sobre uma estrutura social e estatal marcada pela violência sistémica contra pobres, afrodescendentes, camponeses e mulheres. Quase sempre os dados são ascendentes", frisou.
Segundo Leonardo Boff, este problema está relacionado com o avanço cada vez maior do agronegócio sobre terras indígenas e de pequenos agricultores e a resistência organizada de movimentos sociais para tentar conter este avanço.
"O crescimento da violência do latifúndio, em boa parte, se deve a este tipo de resistência colectiva organizada. Por exemplo, os assassinatos em dez anos, 2007-2016, passaram de 28 em 2007 para 61 em 2016", frisou.
"Algo semelhante ocorreu quando olhamos somente o conjunto dos conflitos por terra, que passou de 1.027 em 2007 para 1.295 em 2016. O número de pessoas envolvidas nestes conflitos cresceu de 612.000 em 2007 para 686.735 em 2016", completou.
O relatório também alertou que a maioria dos crimes ocorrido no campo brasileiro fica impune, seja pelas longas distâncias a serem percorridas pelos investigadores, seja pelos interesses comuns existentes entre latifundiários, juízes, delegados e policias.
"Considerando os dados levantados pela CPT diria que nos encontramos num ambiente de guerra civil no campo, com insegurança, ameaças, espancamentos, ciladas, perseguições, invasão e destruição de pequenas propriedades (deixar que bois entrem nos roçados) e muitos assassinatos", concluiu Leonardo Boff.
Conflitos por causa de terras mata mais de 60 pessoas
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Para poder votar newste inquérito deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
Através da observação da sua linguagem corporal poderá identificar o tipo de liderança parental, recorrendo ao modelo educativo criado porMaccobye Martin.
Ficaram por ali hora e meia a duas horas, comendo e bebendo, até os algemarem, encapuzarem e levarem de novo para as celas e a rotina dos interrogatórios e torturas.
Já muito se refletiu sobre a falta de incentivos para “os bons” irem para a política: as horas são longas, a responsabilidade é imensa, o escrutínio é severo e a remuneração está longe de compensar as dores de cabeça. O cenário é bem mais apelativo para os populistas e para os oportunistas, como está à vista de toda a gente.