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Companhias aéreas avisaram Heathrow de falhas elétricas dias antes do incêndio

Gabriela Ângelo 03 de abril de 2025 às 15:45
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Casos de roubo de fios e cabos elétricos, e outras falhas que podiam ter colocado os passageiros em perigo foram comunicados com o aeroporto dias antes do incêndio que deflagrou numa subestação elétrica.

O aeroporto de Heathrow, em Londres, já tinha sido avisado previamente para a "resiliência" do seu fornecimento de energia nos dias que antecederam oincêndio numa subestação elétrica, que levou a que o maior aeroporto da Europa encerrasse durante um dia. 

passageiros heathrow
passageiros heathrow AP Photo/Kirsty Wigglesworth

Nigel Wicking, diretor executivo da Comissão de Operadores Aéreos de Heathrow, o grupo que representa as companhias aéreas que passam pelo aeroporto, disse perante uma comissão parlamentar dos transportes, na quarta-feira, que falou com Heathrow uma semana antes do incêndio. 

Wicking mencionou casos de "roubo de fios e cabos em torno de algumas das fontes de alimentação" que, segundo ele, desligaram temporariamente as luzes da pista, que são fundamentais para a segurança dos passageiros. Disse ainda ter falado com o diretor da equipa Heathrow seis dias antes do incêndio, a 15 de março, sobre as suas preocupações, e com o diretor de operações e o diretor de clientes a 19 de março. 

Questionado sobre o porquê do aeroporto ter ficado encerrado durante tanto tempo, o presidente-executivo de Heathrow, Thomas Woldbye, considerou o incêndio um "acontecimento improvável", defendendo a duração do encerramento e argumentando que teve de fazer "escolhas de segurança muito sérias". Pediu ainda desculpa a mais de 300 mil passageiros cujos voos foram cancelados ou desviados para os aeroportos mais próximos. 

Woldbye disse ainda que a decisão de reabrir o aeroporto mais cedo poderia ter colocado a segurança dos passageiros em causa. "Se nos tivéssemos enganado, poderíamos estar aqui sentados hoje a ter uma conversa muito diferente sobre a razão pela qual as pessoas ficaram feridas", acrescentando que "há uma margem dentro da qual o nosso pessoal tem de tomar decisões de segurança muito sérias, e isso exige que todos os sistemas estejam a funcionar, testados e seguros".

Depois do incêndio ter deflagrado numa subestação elétrica na quinta-feira à noite, o presidente-executivo do aeroporto esclareceu que só se aperceberam "durante a madrugada" de sexta-feira, 21 de março, que "estávamos a perder energia no aeroporto". 

"No nosso centro de operações, vimos todas as luzes vermelhas a acenderem-se, indicando que os sistemas estavam a ser desligados", explicou, acrescentando que "não tínhamos qualquer informação sobre o motivo". Só passado umas horas receberam uma chamada dos bombeiros, "a informar que a subestação estava a arder", disse.

Apesar de Heathrow ser abastecido por três subestações elétricas, apenas basta uma delas ir a baixo para o aeroporto deixar de funcionar na sua totalidade. Segundo Woldbye, um terço do aeroporto já estava sem energia, sendo o Terminal 2 a zona mais afetada. A maneira mais segura de proceder era desligar os sistemas do aeroporto e depois voltar a ligá-los, disse ele. "Temos de nos certificar de que, quando ocorre uma crise, as pessoas estão em segurança", afirmou. 

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