As autoridades divulgaram o vídeo que capta a morte de um afro-americano, mas as imagens não permitem esclarecer se Keith Scott estava armado ou não. Atenção, os vídeos contém imagens sensíveis
A polícia da cidade norte-americana de Charlotte divulgou o vídeo que capta a morte de um afro-americano após encontro com agentes do estado da Carolina do norte, após vários dias de protestos nas ruas.
A morte de Keith Lamont Scott, na terça-feira causou várias noites consecutivas de distúrbios na cidade, onde os residentes pediram à polícia que tornasse públicas as imagens captadas pelas câmaras dos agentes envolvidos. No entanto, os vídeos não permitem esclarecer se o homem estava ou não armado.
Os dois vídeos foram disponibilizados a vários meios de comunicação norte-americanos e publicados online. O primeiro mostra Scott a sair de um veículo e a andar para trás, com a polícia a disparar quatro tiros contra ele, mas não é possível ver se tinha uma arma na mão. Um segundo vídeo mostra Scott já no chão, no momento após ser baleado e quando os agentes o rodearam.
Here are the police videos of the #KeithLamontScott shooting https://t.co/tHpUhyDWk2
— Wesley Lowery (@WesleyLowery) 24 de setembro de 2016
A polícia tinha recusado divulgar as imagens das câmaras dos agentes, que diziam revelar que o homem de 43 anos representava uma ameaça para os agentes. No entanto, o chefe da polícia Chief Kerr Putney mudou de posição no sábado e disse aos jornalistas que as pessoas "querem ver os factos objectivos". "E é isso que vamos apresentar", sublinhou. "As pessoas podem fazer as interpretações que quiserem com base num elemento de prova, e posso dizer-vos que suspeito que o vão fazer com base nas filmagens. Mas o que digo é: têm de juntar todas as peças", explicou.
O advogado da família Justin Bamberg apontou, em conferência de imprensa, que apesar das novas imagens, ainda não é possível "identificar claramente o que, se alguma coisa, estava nas suas mãos, e isso não mudou".
Scott foi baleado pelo agente Brentley Vinson durante um confronto no parque de estacionamento de um complexo residencial, onde a polícia se deslocou à procura de outro homem.
No sábado, a polícia avançou também com novos pormenores sobre o que aconteceu, na sua versão: um dos agentes à paisana estava no local, à espera de executar uma ordem de detenção contra outra pessoa, quando Scott, que estava perto dos agentes, começou a fazer um cigarro de marijuana.
Segundo a versão policial, os agentes viram-no depois segurar uma arma e puseram imediatamente os uniformes para se identificarem como polícias. "Cometeu um crime [posse de marijuana] e foi isso que causou o encontro [com a polícia]. A arma exacerbou o encontro", afirmou o chefe da polícia de Charlotte, em conferência de imprensa.
Putney assegurou que Scott "estava absolutamente na posse de uma arma", apesar de esta não se ver nas imagens.
O chefe da polícia defendeu que apesar de "não haver provas visuais definitivas" de que Scott estava armado, existem outras provas como as suas impressões digitais e ADN encontrados na arma, cujas fotgorafias também foram reveladas.
A polícia explicou que o agente que baleou Scott não tinha uma câmara pessoal instalada no uniforme, pelo que as imagens foram captadas pela câmara de outro agente no local, bem como por uma câmara instalada no veículo policial onde se deslocavam.
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