Cardeal Barbarin, figura destacada da igreja católica francesa, interrogado sobre o caso de um sacerdote de Lyon acusado em Janeiro de agressões sexuais a jovens escuteiros entre 1986 e 1991
O cardeal francês Phillipe Barbarin está a ser interrogado, esta quarta-feira, pela polícia de Lyon no âmbito de duas investigações de casos de pedofilia supostamente ocorridos na diocese da região.
Segundo a agência noticiosa France Presse, o cardeal Barbarin, figura destacada da igreja católica francesa, dirigiu-se a pé às instalações do Departamento de Protecção Familiar, onde entrou por volta das 08h00 locais.
De acordo com fontes citadas pela AFP, o cardeal apresenta-se para uma audição livre e "não fica sob custódia policial".
A audição, que decorre em Lyon, acontece depois de vários meses de debate sobre a atitude da igreja francesa, apontada como demasiado passiva no que diz respeito a casos de pedofilia e relaciona-se, em concreto, com dois casos que estão a ser investigados há três meses e que supostamente ocorreram na diocese de Lyon.
A atitude do cardeal Barbarin foi posta em causa por alegadamente não ter colaborado na denúncia de supostas agressões sexuais de que terão sido vítimas vários menores.
Em particular, o cardeal vai ser interrogado sobre o caso de um sacerdote de Lyon acusado em Janeiro de agressões sexuais a jovens escuteiros entre 1986 e 1991. O padre, acusado de actos de pedofilia, foi responsável por uma paróquia até 2015, sendo que o cardeal acabou por reconhecer que tinha sido alertado sobre os factos em 2007.
Recorde-se que recentemente o Papa decretou o reforço das normas de expulsão dos bispos que mostrem um comportamento negligente, sobretudo em relação aos casos de abusos sexuais de menores ou adultos vulneráveis.
A Santa Sé publicou, no sábado, o "motu proprio" (documento papal) Como uma mãe amorosa com o qual se especificam os artigos do Código de Direito Canónico em que se estipula a possibilidade de expulsar um eclesiástico por "causas graves".
"Com o presente documento pretendo precisar que entre as denominadas "causas graves" se inclui a negligência dos bispos no exercício das suas funções, particularmente em relação aos casos de abusos sexuais a menores e adultos vulneráveis", assinalou o Pontífice.
Nos casos em que existam "sérios indícios" de um comportamento negligente, as congregações competentes da Curia Romana podem dar início a uma investigação, avisando previamente o suspeito, a quem se concederá a possibilidade de defesa.
O Vaticano explicou que a instrução de tais casos de negligência competirá a quatro congregações: a dos Bispos, a da Evangelização dos Povos, a das Igrejas Orientais e a dos Institutos de Vida Consagrada.
Uma vez alcançada uma decisão e se considere oportuna a suspensão do bispo, a Congregação poderá optar, "com base nas circunstâncias do caso", em expulsar o bispo "o mais brevemente possível" ou convidá-lo "fraternalmente" a renunciar.
Cardeal francês presta depoimento sobre casos de pedofilia
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