"Ele defende uma sova correctiva para LGBTs, diz que mulheres podem ser violadas de acordo com as suas características físicas", afirmou a candidata a vice-presidente de Fernando Haddad.
As candidatas a vice-presidente brasileiras nas eleições de 7 de Outubro afirmaram esta sexta-feira que uma eventual vitória do candidato populista Jair Bolsonaro ameaça a luta pela igualdade de género no Brasil.
Num debate promovido pelo jornal El País e pelo instituto de sondagens Locomotiva, participaram as quatro mulheres que concorrem como vice-presidente: Manuela D’Ávila, vice de Fernando Haddad, Ana Amélia, vice de Geraldo Alckmin, Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes e Sónia Guajajara, vice de Guilherme Boulos.
As candidatas criticaram a postura do candidato do Partido Socila Liberal que lidera as intenções de voto e fizeram saber que apoiam os actos de protesto previstos em todo o país contra Jair Bolsonaro.
"Além de antidemocrático, Bolsonaro não tem compromisso nenhum com as bases para a construção da igualdade", disse Manuela D’Ávila.
"Ele defende uma sova correctiva para LGBTs (sigla de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros), diz que mulheres podem ser violadas de acordo com as suas características físicas. Temos que ter clareza da origem (do ódio na política do País). Começou no impeachment. E agora estamos a reagir a um conjunto de ódios", afirmou a candidata a vice-presidente de Fernando Haddad.
Já Katia Abreu chamou Bolsonaro de "fascistoide" e disse considerar justas as manifestações de mulheres contra o candidato que se têm vindo a acumular.
"O movimento é muito apropriado. Sou da roça (terreno de cultivo). Então sei que quando você planta milho, nasce milho. Não nasce arroz. É apenas a consequência e a reacção justa das mulheres contra esse fascistoide, que quer nos puxar para trás. E nós não vamos permitir", disse a vice de Ciro Gomes, citada pelo jornal Estadão.
Katia afirmou ainda que um militar "jamais" deixaria a sua "obediência irrestrita" às Forças Armadas para virar um "grande democrata".
O debate foi também palco para temas relacionados com as questões de género, como igualdade salarial, violência de género e representatividade na política.
Um dos assuntos mais comentados pelas quatro mulheres foi a estratégia das coligações em colocar mulheres como candidatas a vice.
"Nós não fomos colocadas nesses lugares. Ninguém me colocou aqui", disse a vice de Haddad, em defesa da sua conquista de um espaço na política.
"Caminho há vintes anos com minhas pernas, tive quatro mandatos. (...) Para nós, a presença de mulheres na corrida às presidenciais aumenta a qualidade democrática", acrescentou Manuela.
Sónia Guajajara optou por destacar o potencial das mulheres na definição do resultado eleitoral, devido ao facto de representam 52% do eleitorado brasileiro, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
"O Brasil ainda não superou o machismo e vê o avanço do fascismo. As mulheres vão fazer a diferença nessas eleições. Quem vai acabar com a esta invisibilidade e do papel secundário que impõem sobre nós, somos nós mesmas" afirmou a vice de Boulos.
Candidatas a vice-presidente do Brasil criticam "antidemocracia" de Bolsonaro
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
A escola é um espaço seguro, natural e cientificamente fundamentado para um diálogo sobre a sexualidade, a par de outros temas. E isto é especialmente essencial para milhares de jovens, para quem a escola é o sítio onde encontram a única oportunidade para abordarem múltiplos temas de forma construtiva.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.