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Bolsonaro vai a julgamento por tentativa de golpe de Estado

Supremo Tribunal brasileiro decidiu por unanimidade que o ex-presidente deve ser julgado pelo papel que terá desempenhado na tentativa de derrubar o governo de Lula da Silva, depois de ter perdido as eleições de 2022. Está acusado de cinco crimes.

O antigo presidente do Brasil Jair Bolsonaro vai ser julgado por conspiração para fazer cair o governo. Por unanimidade, os juízes do Supremo Tribunal decidiram, esta quinta-feira, que o político deve enfrentar a justiça no caso de tentativa de golpe de Estado depois de ter perdido as eleições de 2022.

REUTERS/Amanda Perobelli

Os cinco juízes do Supremo votaram todos a favor da ida de Bolsonaro a julgamento. Se for considerado culpado, pode enfrentar uma pena de até 20 anos de prisão.

Na sua declaração de abertura, o juiz Alexandre de Moraes, que está a presidir ao caso, mostrou as imagens dos apoiantes de Bolsonaro a invadir os edifícios dos três poderes em Brasília de forma violenta, uma semana depois da tomada de posse de Lula da Silva como presidente, em janeiro de 2023.

O político populista está acusado de cinco crimes, incluindo de alegada tentativa de abolir pela violência o Estado de Direito e de tentativa de golpe de Estado. Segundo Alexandre de Moraes, Bolsonaro liderou "um esforço sistemático para lançar a dúvida em relação à votação eletrónica" e isso foi uma parte da sua tentativa de questionar as eleições que perdeu.

O Supremo começou a rever o caso de Bolsonaro e sete dos seus aliados mais próximos na terça-feira. O ex-presidente, que tem mantido estar inocente, decidiu aparecer, sentando-se em silêncio na primeira fila, no que foi visto como uma imitação do que fez o presidente dos EUA, Donald Trump, quando foi julgado no ano passado.

Bolsonaro já adiantou que vai concorrer novamente para a presidência do Brasil no próximo ano, apesar de estar impedido de se candidatar a qualquer cargo até 2030, pelo Supremo Tribunal Eleitoral, por causa das suas tentativas de desacreditar o sistema de voto.

A 8 de janeiro de 2023, enquanto Lula da Silva se encontrava fora de Brasília a visitar a cidade de Araraquara, no estado de São Paulo, que tinha sido atingida por chuvas severas, um grupo de radicais, apoiantes de Jair Bolsonaro, influenciados por meses de desinformação sobre urnas eletrónicas e medo do comunismo, invadiram e atacaram o Palácio do Planalto, o Congresso e o Supremo Tribunal Federal - os chamados edifícios dos Três Poderes.

O ataque em Brasília foi semelhante ao ocorrido nos Estados Unidos por partidários do então ex-presidente, Donald Trump, derrotado nas urnas, antes da posse de Joe Biden, em 6 de janeiro de 2021.

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