Uma assessora da vereadora, eleita pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), foi atingida por estilhaços e transportada para o hospital.
A autarca tinha participado no início da noite num evento denominado "Jovens Negras Movendo as Estruturas". Investigadores da Delegacia de Homicídios anunciaram que "a principal linha de investigação é a execução".
Segundo as primeiras informações da Polícia Militar, o carro onde se deslocavam os criminosos colocou-se ao lado do veículo onde estava a vereadora e dispararam, tendo esta sido atingida por quatro tiros na cabeça. "A perícia encontrou, pelo menos, nove cápsulas de tiros no local. Os criminosos fugiram sem levar nada", adianta o portal.
O secretário de Estado de Segurança, Richard Nunes, disse ter determinado uma ampla investigação e que acompanha a situação com o chefe da Polícia Civil, Rivaldo Barbosa.
Já o deputado estadual do PSOL Marcelo Freixo considerou o crime "inadmissível", observando que as "características são muito nítidas de execução".
O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, lamentou o "brutal assassinato" e "lembrou a "honradez, bravura e espírito público" da vereadora, numa nota publicada no sítio na Internet da Prefeitura.
Marielle Franco, 39 anos, cresceu na favela de Maré, estudou sociologia na PUC-Rio e fez um mestrado em Administração Pública, como se lê no seu site. Foi eleita vereadora da câmara do Rio de Janeiro pelo PSOL com 46 502 votos. Era também presidente da comissão da mulher da câmara.
"Iniciei minha militância em direitos humanos após ingressar no pré-vestibular comunitário e perder uma amiga, vítima de bala perdida, num tiroteio entre policiais e traficantes no Complexo da Maré. Aos 19 anos, me tornei mãe de uma menina. Isso me ajudou a me constituir como lutadora pelos direitos das mulheres e debater esse tema nas favelas", escreveu nessa breve apresentação.
Das poucas vezes que me falta a voz. Chocada. Horrorizada. Toda morte me mata um pouco. Dessa forma me mata mais. Mulher, negra, lésbica, ativista, defensora dos direitos humanos. Marielle Franco, sua voz ecoará em nós. Gritemos.
O assassino de nossa companheira #MarielleFranco foi um ato de terrorismo de Estado. Representa mais um passo no desmonte da democracia no Brasil. Extremamente grave. https://t.co/cTkVvxkPud
Marielle Franco, coragem, negra, favela, feminista, lutadora contra a desigualdade, a intolerância, as injustiças. Entrou para a política por acreditar que poderia fazer diferente e fazer a diferença. Não permitiram.
Que não tenha sido em vão.
Que o luto se transforme em luta! pic.twitter.com/GJp1bQ3AXf