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Argentina: Senadores aprovam aumento dos seus salários em 165%

Os senadores argentinos que ganhavam 1,7 milhões de pesos (1,8 mil euros) vão passar a receber 4,3 milhões de pesos por mês (4,6 mil euros). Javier Milei promete que irá apresentar um projeto de lei para reverter este aumento.

Bastaram menos de dois minutos para que uma votação relâmpago, sem debate e de braço no ar, se traduzisse esta quinta-feira na aprovação do aumento dos salários dos senadores argentinos em 170%, e ainda no escalar de uma polémica tendo em conta a crise económica vivida no país.

REUTERS/Agustin Marcarian

Se um senador ganhava até então 1,7 milhões de pesos (1,8 mil euros), a partir de maio passará a receber 4,3 milhões de pesos (4,6 mil euros). Além disso terão também direito a um bónus anual, o que significa que ao invés de receberem 12 vencimentos, passarão a receber 13.

"Fica estabelecido que a partir de maio deste ano, os senadores nacionais receberão um total de 13 abonos anuais. Cada um deles equivalerá a 2.500 módulos, mais 1.000 módulos adicionais para despesas de representação e 500 módulos para deslocação", lê-se no documento que foi aprovado na quinta-feira.

A Argentina enfrenta no momento uma inflação de 288%, e o salário mínimo ultrapassa pouco mais que os 202 mil pesos (217 euros). Embora imagens mostrem a maioria dos senadores com as mãos levantadas, a verdade é que uma minoria não o fez.

Ainda assim a vice-presidente da Argentina, Victoria Villarruel, não deixou de considerar a votação como "legal", e disse até que "não tinha as ferramentas para impedi-la". Já o presidente, Javier Milei, anunciou na sexta-feira que irá apresentar um projeto de lei para reverter este aumento.

De acordo com a rádio Cadena 3 "se tivesse sido convocada uma votação nominal ao invés de de uma votação no ar, teria ficado absolutamente claro quem votou a favor e quem votou contra". Ao mesmo tempo poderia também "ter prejudicado a maioria dos dois terços necessários para aprovar o projeto de resolução".

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