A agência de saúde das Nações Unidas prepara-se há já algum tempo para a retirada total dos Estados Unidos, historicamente de longe o seu maior doador, em janeiro próximo.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou esta terça-feira, 22, que os cortes orçamentais dos Estados Unidos estão a deixar as contas da agência da ONU no vermelho, obrigando-a a reduzir operações e a despedir pessoal.
REUTERS/Denis Balibouse/File Photo
"A recusa dos Estados Unidos em pagar as suas contribuições para 2024 e 2025, combinada com os cortes na ajuda pública ao desenvolvimento de alguns outros países, significa que enfrentamos um défice na folha de pagamentos para o biénio 2026-2027 entre 560 e 650 milhões de dólares", disse Tedros Ghebreyesus aos Estados membros, de acordo com uma transcrição do seu discurso.
A agência de saúde das Nações Unidas prepara-se há já algum tempo para a retirada total dos Estados Unidos, historicamente de longe o seu maior doador, em janeiro próximo.
Entretanto, a administração do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, também se recusou a pagar as quotas acordadas para 2024 e 2025, congelando praticamente toda a ajuda externa dos EUA, incluindo um apoio considerável a projetos de saúde em todo o mundo.
Vários outros países reduziram igualmente as suas despesas de ajuda ao desenvolvimento.
Perante esta situação, a OMS começou a refletir sobre a sua nova organização, que o seu Diretor-Geral apresentou hoje ao pessoal e aos Estados-Membros.
O défice da massa salarial "representa atualmente cerca de 25% dos custos com o pessoal", afirmou, sublinhando, no entanto, que "isto não significa necessariamente uma redução de 25% do número de postos de trabalho".
Não disse quantos postos de trabalho seriam cortados, mas afirmou que o maior impacto seria esperado na sede da Organização em Genebra.
"Estamos a começar com cortes na gestão, embora estas sejam decisões muito dolorosas para nós", acrescentou.
"Estamos a reduzir a equipa de gestão da sede de 12 para 7 membros e o número de departamentos passará de 76 para 34, uma redução de mais de metade", afirmou Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Os Estados Unidos cortaram 83% dos programas da agência de desenvolvimento norte-americana, a USAID, que era responsável por 42% da ajuda humanitária desembolsada em todo o mundo.
Em 10 de abril a OMS alertou para perturbações nos serviços de saúde em 70% das delegações nacionais inquiridas, "resultado das suspensões e reduções súbitas da ajuda pública ao desenvolvimento para a saúde".
A OMS fez saber nessa comunicação no início do mês que as avaliações feitas "suscitam a preocupação de efeitos potencialmente mais profundos e prolongados nos sistemas e serviços de saúde em todo o mundo, especialmente em contextos vulneráveis e frágeis" e apelam a uma "ação urgente", bem como uma "resposta internacional".
Nesse balanço realizado entre março e abril deste ano que envolveu 108 representações da OMS em vários países, sobretudo em países de rendimento baixo e médio-baixo, demonstra que os países estão a realocar financiamento proveniente de fontes internas e externas.
Para poder adicionar esta notícia aos seus favoritos deverá efectuar login.
Caso não esteja registado no site da Sábado, efectue o seu registo gratuito.
O humor deve ser provocador, desafiar convenções e questionar poderes. É um pilar saudável da liberdade de expressão. Mas quando deixa de ser crítica legítima e se transforma num ataque reiterado e desproporcional, com efeitos concretos e duradouros na vida das pessoas, deixa de ser humor.
O poder não se mede em tanques ou mísseis: mede-se em espírito. A reflexão, com a assinatura do general Zaluzhny, tem uma conclusão tremenda: se a paz falhar, apenas aqueles que aprendem rápido sobreviverão. Nós, europeus aliados da Ucrânia, temos de nos apressar: só com um novo plano de mobilidade militar conseguiríamos responder em tempo eficaz a um cenário de uma confrontação direta com a Rússia.
Até porque os primeiros impulsos enganam. Que o diga o New York Times, obrigado a fazer uma correcção à foto de uma criança subnutrida nos braços da sua mãe. O nome é Mohammed Zakaria al-Mutawaq e, segundo a errata do jornal, nasceu com problemas neurológicos e musculares.