Secções
Entrar

Zelensky apresenta proposta de cessar-fogo e reforça vontade de atingir a paz

Diogo Barreto 04 de março de 2025 às 18:40

O presidente ucraniano passou o ónus de um acordo de paz para a Rússia ao pedir um cessar-fogo e a reforçar o seu empenho numa paz duradoura com a Rússia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou estar disposto para se sentar "à mesa das negociações o mais rapidamente possível", assegurando à adminsitração de Donald Trump que deseja a paz e apresentou uma proposta de paz.

REUTERS/Valentyn Ogirenko

"A nossa reunião em Washington, na Casa Branca na sexta-feira, não correu como era suposto", escreveu o presidente ucraniano no X (antigo Twitter), dias depois do confronto público na reunião na Sala Oval com o presidente dos EUA e o vice-presidente norte-americano, J.D. Vance. Mas o presidente ucraniano continuou afirmando que quer "reiterar o empenho da Ucrânia na concretização da paz", respondendo às insinuações dos republicanos na Casa Branca que dizem que Zelensky deseja uma guerra duradoura. "A minha equipa e eu estamos prontos para trabalhar sob a forte liderança do Presidente Trump para conseguir uma paz duradoura", afirmou ainda.

"As primeiras etapas poderiam ser a libertação de prisioneiros e tréguas no céu — proibição de mísseis, drones de longo alcance, bombas sobre energia e outras infraestruturas civis — e tréguas no mar imediatamente, se a Rússia fizer o mesmo. Depois, queremos avançar rapidamente para as fases seguintes e trabalhar com os EUA para chegar a um acordo final sólido", detalha Zelensky, sobre o seu plano de paz.

Com esta proposta, Zelensky tenta atirar para a Rússia a responsabilidade de chegar à paz, contrariando a narrativa da Casa Branca que diz que o maior empecilho ao processo de paz na Europa é o presidente ucraniano. 

Esta declaração do presidente ucraniano surge no dia seguinte a Donald Trump ter suspendido toda a ajuda militar à Ucrânia e o conselheiro da presidência ucraniana Mykhaïlo Podoliak disse estarem "a discutir opções com os parceiros europeus", enquanto a União Europeia (UE) revelava no mesmo dia um plano "para rearmar a Europa" que permitirá fornecer ajuda militar "imediata" à Ucrânia. "O futuro de uma Ucrânia livre e soberana, de uma Europa segura e próspera está em jogo", explicou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, numa carta dirigida aos líderes dos 27.

A França já garantiu que se esforçará por "reunir todos os meios possíveis" com outros países europeus, para compensar o congelamento da ajuda militar norte-americana à Ucrânia. Kiev precisará de munições, "de um certo número de sistemas de inteligência" ou mesmo de acesso "a redes e conectividade", reagiu o primeiro-ministro francês, François Bayrou, falando no Parlamento.

A situação é "muito grave" e "temos de estar à altura da situação", resumiu, por seu turno, o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, com Varsóvia a lamentar que os norte-americanos tenham tomado "sem qualquer informação ou consulta" dos seus aliados uma decisão de "grande importância política".

Em Londres, o chefe do Governo britânico, Keir Starmer, demonstrou o desejo de diálogo com o seu "aliado mais antigo e poderoso, os Estados Unidos", além dos seus "parceiros europeus" e Kiev.

Artigos Relacionados
Descubra as
Edições do Dia
Publicamos para si, em três periodos distintos do dia, o melhor da atualidade nacional e internacional. Os artigos das Edições do Dia estão ordenados cronologicamente aqui , para que não perca nada do melhor que a SÁBADO prepara para si. Pode também navegar nas edições anteriores, do dia ou da semana.
Boas leituras!
Artigos recomendados
As mais lidas
Exclusivo

Operação Influencer. Os segredos escondidos na pen 19

TextoCarlos Rodrigues Lima
FotosCarlos Rodrigues Lima
Portugal

Assim se fez (e desfez) o tribunal mais poderoso do País

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela
Portugal

O estranho caso da escuta, do bruxo Demba e do juiz vingativo

TextoAntónio José Vilela
FotosAntónio José Vilela