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Trump chama presidente da Fed de "idiota" por deixar taxas de juro inalteradas

Lusa 08 de maio de 2025 às 13:27

Há "tanta incerteza" em torno do impacto destas tarifas sobre as importações que a Fed prefere não alterar as suas taxas por enquanto, explicou Powell, numa conferência de imprensa.

O presidente norte-americano, Donald Trump, chamou esta quinta-feira "idiota" a Jerome Powell, o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed), depois de o banco central ter decidido, na quarta-feira, manter os juros no nível em que estão desde dezembro.

GDA via AP Images

Jerome Powell é "um idiota que não faz a mínima ideia", escreveu o Presidente dos Estados Unidos nas redes sociais.

A decisão da Fed, tomada por unanimidade, foi explicada com a incapacidade de prever o futuro da economia norte-americana, face às oscilações das novas tarifas impostas pelo Presidente. Há "tanta incerteza" em torno do impacto destas tarifas sobre as importações que a Fed prefere não alterar as suas taxas por enquanto, explicou Powell, numa conferência de imprensa.

Desde a última reunião do banco central dos Estados Unidos, em março, a administração norte-americana republicana liderada por Trump desencadeou um terramoto económico. Naquilo que o próprio apelidou de "Dia da Libertação", o dia 2 de abril, Trump adotou uma série de novas taxas sobre os produtos importados para os Estados Unidos, medida que abrangeu quase todos os parceiros comerciais de Washington.

Desde então, Trump voltou parcialmente atrás e prometeu "acordos" com os principais parceiros dos Estados Unidos para reduzir as tarifas, mas estas continuam muito mais elevadas do que antes do início do seu segundo mandato presidencial, sendo que as transações comerciais com a China praticamente pararam.

A manutenção das taxas de juro (numa faixa entre os 4,25% e os 4,50% desde dezembro) era amplamente aguardada pelos mercados e a Bolsa de Nova Iorque fechou a sessão em alta após o anúncio desta decisão.

Jerome Powell admitiu que a Fed poderá enfrentar um desafio se o desemprego aumentar a par dos preços pelo que quer tentar conter a inflação. Neste caso um banco central aumenta normalmente as suas principais taxas de juro, que determinam o custo do crédito às empresas e aos particulares.

Por outro lado, se os empregos forem destruídos, espera-se que as taxas de juros sejam reduzidas para dar impulso à atividade económica.

A Fed --- e principalmente o seu presidente --- enfrenta constantes críticas de Donald Trump, que quer ver as taxas de juro a descer, o que amorteceria um pouco o impacto das taxas alfandegárias na inflação.

As declarações presidenciais "não afetam em nada o nosso trabalho", garantiu Powell, acrescentando que a Fed considera sempre "apenas os dados económicos, as perspetivas e o equilíbrio de riscos".

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