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Rússia continua ataques "brutais" em Donetsk. Zelensky nega conquistas

Diogo Barreto 31 de janeiro de 2023 às 11:17

Kiev afirma que a cidade de Vuhledar continua sob o controlo das tropas ucranianas. E responde ao presidente croata que acredita que a Crimeia não vai voltar a fazer parte da Ucrânia.

A situação em Bakhmut e Vuhledar, na região de Donetsk, continua "extremamente grave", anunciou esta terça-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, mas garantindo que ambas ainda estão sob controlo ucraniano. Estas são as cidades em que se têm concentrado os ataques russos das últimas semanas, com bombardeamentos intensos e combates entre os exércitos de ambos os lados. A Rússia já afirmou ter conquistado Vuhledar, mas o estado ucraniano nega.

Zelensky denunciou a "destruição" sem critério das tropas russas. "Não estão a atacar apenas as nossas tropas, mas a destruir de forma deliberada e metódica as vilas e aldeias", referiu o presidente ucraniano. Vuhledar, uma cidade mineira, tinha cerca de 15 mil habitantes antes da invasão russa. O porta-voz do Exército ucraniano para a zona leste, Serhiy Tcherevaty, confirmou "combates ferozes" que destruíram várias partes da cidade. No entanto, o ministro da Defesa britânico refere que a possível conquista desta cidade por parte de Moscovo não representará um grande avanço nos esforços de guerra.

Soldados russos e mercenários do grupo paramilitar Wagner capturaram recentemente Soledar, a norte de Bakhmut, um ponto considerado estratégico para lançar mais operações de conquista de território. Há vários meses que Bakhmut, no norte de Donetsk, é um dos pontos mais desejados pelos russos, que concentraram aí os seus esforços. 

Nas últimas semanas, os países ocidentais acordaram em enviar mais ajuda militar à Ucrânia, incluindo tanques e munições. Ao mesmo tempo, o governo belga comprometeu-se a conceder novos financiamentos à Ucrânia, em particular para o fornecimento de mísseis, metralhadoras, munições e veículos blindados. 

Na semana passada vários países anunciaram o fornecimento à Ucrânia de tanques pesados Leopard 2, de fabrico alemão, após a Alemanha ter autorizado a cedência dos tanques, e os Estados Unidos o fornecimento de blindados Abrams, que Kiev pedia insistentemente, equipamentos que as autoridades de Berlim e de Washington estavam renitentes em autorizar. No entanto, os países europeus continuam reticentes em fornecer à Ucrânia aviões de combate e  de longo alcance, apesar dos reiterados pedidos de Zelensky.

Kiev não desiste da Crimeia
O governo ucraniano criticou as declarações do presidente croata, Zoran Milanovic, que disse que a Crimeia não voltaria a fazer parte do território ucraniano, tendo sido perdida definitivamente para a Rússia.

"Consideramos inaceitáveis ??as declarações do presidente da Croácia, que efetivamente lançam dúvidas sobre a integridade territorial da Ucrânia", escreveu o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Oleg Nikolenko, na sua página de Facebook, em resposta às declarações de Milanovic. O chefe de estado croata mostrou-se contra o armamento da Ucrânia, afirmando que essa estratégia vai apenas "prolongar a guerra".

"Qual é o objetivo? Desintegração da Rússia, mudança de governo? Também se fala em separar a Rússia. Isso é uma loucura'", criticou ainda Milanovic, sublinhando que acredita que a Crimeia não vai voltar a fazer parte da Ucrânia. 

Facebook/Handout via REUTERS
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