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Ron DeSantis. Os perçalcos no anúncio da candidatura

Ana Bela Ferreira 25 de maio de 2023 às 09:57

Governador da Flórida decidiu anunciar candidatura à presidência dos EUA num evento com Elon Musk em direto para o Twitter. Com o link a cair e 20 minutos de problemas de som, como será o resto da campanha contra Trump?

Foi um arranque, no mínimo, caótico, mas Ron DeSantis já é candidato às primárias republicanas para as presidenciais de 2024. O anúncio feito num direto no Twitter ao lado de Elon Musk acabou por ser uma sucessão de problemas: largos períodos da emissão sem som e utilizadores a não conseguir aceder ao link ou a serem desligados da transmissão.

Twitter @RonDeSantis/Handout via REUTERS

A transmissão foi tão problemática que ahashtag#DeSaster (desastre, um trocadilho com o nome do candidato) acabou por se tornar numa das mais populares da noite no Twiiter. A principal mensagem era passar a ideia de que DeSantis é um candidato que deixa obra feita, mas os problemas na emissão podem ter ofuscado essa ideia.

Depois de resolvidas as falhas na emissão, DeSantis lá acabou por deixar uma mensagem: "Temos de acabar com a cultura perdedora que infetou o Partido Republicano nos últimos anos". O governador da Flórida assume-se como oprincipal adversário interno do ex-presidente Donald Trump, de quem já foi aliado.

O republicano de 44 anos sublinhou a marca conservadora que deixou no estado do qual é governador desde 2019. E lembrou que fez frente a várias leis federais que colocavam restrições no tempo da covid-19.

Aproveitou ainda para sublinhar um dos seus trunfos perante o eleitorado mais conservador. Os esforços do ser governo em proibir o ensino de conceitos como identidade de género e racismo sistémico. Alegou ainda defender as crianças e lutar contra a ideologia progressista.

"Governar não é entreter, não é construir uma marca", afirmou, num claro contraponto contra Donald Trump, que também está na corrida depois de ter perdido a reeleição em 2020 contra o democrata Joe Biden. Apesar desta ideia, DeSantis nunca disse o nome de Trump durante todo o evento.

Já Trump não se coibiu de troçar com o evento do opositor republicano. "O meu Botão Vermelho é maior, melhor, mais forte, e funciona (TRUTH!). O teu não funciona", escreveu na sua rede social, Truth Social, que criou depois de ter sido banido do Twitter por incitar ao ódio e espalhar informação falsa sobre o resultado das presidenciais que perdeu.

Elon Musk admitiu a existência de "problemas técnicos por causa da larga escala" do evento. Mas acrescentou: "É ótimo para as pessoas poderem ouvir as coisas diretamente dos candidatos presidenciais".

Já o presidente Joe Biden aproveitou os problemas técnicos para criticar as posições políticas do seu possível opositor nas próximas presidenciais. No Twitter escreveu: "Não importa o que acontece, podemos ouvir a agenda de DeSantis alto e bom som".

A transmissão chegou a ter 600 mil pessoas ligadas, mas terminou com pouco mais de 300 mil. 

O porta-voz da cmapanha de DeSantis preferiu ver os problemas técnicos como um sinal de entusiasmo pela candidatura que "literalmente rebentou a internet".

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