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Putin oferece cidadania aos estrangeiros que combaterem pela Rússia

Ana Bela Ferreira 04 de janeiro de 2024 às 13:10

Presidente russo assinou decreto que dá cidadania a quem combateu por, pelo menos, um ano. Familiares também estão abrangidos.

Os estrangeiros que combaterem pela Rússia vão obter a cidadania de forma automática, tal como as suas famílias. A nova regra foi publicada, esta quinta-feira, pelo presidente russo, Vladimir Putin.

REUTERS/Anton Vaganov

O decreto diz que as pessoas que assinaram contratos para combater no que Moscovo chama de "operação militar especial" na Ucrânia podem candidatar-se ao passaporte russo para eles e para os seus cônjuges, filhos e pais. Para conseguir a cidadania têm de provar que os contratos foram de, pelo menos, um ano.

Elegíveis ficam tanto os que assinaram contratos com as forças armadas como quem assinou por outras "formações militares" - o que inclui o grupo mercenário Wagner. Esta medida é vista como uma tentativa do Kremlin de criar incentivos entre os estrangeiros residentes na Rússia para que se alistem.

Não se sabe ao certo quantos estrangeiros estarão a combater nas fileiras russas, por falta de dados oficiais. No entanto, a Reuters reportou, por exemplo, a existência de cubanos que se alistaram para ganhar bónus no valor de mais de 100 vezes o salário médio em Cuba. Também chegaram a ser reportados três elementos provenientse de África, que acabaram por morrer em combate.

Segundo um documento tornado público dos serviços secretos norte-americanos, a guerra na Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro de 2022, já provocou a morte ou ferimentos a mais de 315 mil soldados russos. O conflito obrigou Moscovo a mobilizar mais 300 mil homens, logo em setembro de 2022, no que se tornou a primeira mobilização depois da Segunda Guerra Mundial. Mais de um ano depois, intensificam-se os rumores de uma nova mobilização, que pode acontecer já depois das presidenciais de março, nas quais Putin concorre por mais seis anos no cargo.

Oficialmente o Kremlin tem repetido que não necessita de fazer mais mobilizações, já que centenas de milhares de homens assinaram contratos profissionais no ano passado. Já do lado da Ucrânia, o presidente, Volodymyr Zelensky propôs ao parlamento, no mês passado, mobilizar mais 450 a 500 mil pessoas para as forças armadas.

Numa guerra que há dura há 22 meses, não são conhecidos os números de perdas tanto de um lado como do outro.

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