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Putin diz que alargamento da NATO só é problema com colocação de armas

Lusa 16 de maio de 2022 às 17:09

Se o alargamento da NATO for acompanhado pela localização de "infraestruturas militares" naqueles países, Moscovo ficará obrigado a "reagir", defendeu o presidente russo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assegurou hoje que a adesão à NATO da Finlândia e da Suécia não é um problema para a Rússia, mas que passará a sê-lo se incluir a colocação de armas no território desses países.

Sputnik/Sergei Guneev/Pool

"A Rússia não tem problemas com esses países, já que a sua entrada na NATO não cria uma ameaça", disse Putin durante a cimeira da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO, na sigla em inglês).

Contudo, o líder russo acrescentou que, se o alargamento da NATO for acompanhado pela localização de "infraestruturas militares" naqueles países, Moscovo ficará obrigado a "reagir".

"Vamos decidir com base nas ameaças que a NATO nos criar", explicou Putin, referindo-se ao alargamento da Aliança como uma questão "artificial", que foi criada "no interesse da política externa dos Estados Unidos".

"A NATO é usada como instrumento de política externa, essencialmente, de um único país, com insistência, maestria e muita agressividade", denunciou o líder russo, considerando que o alargamento da organização militar ocidental "deteriora a já complicada situação internacional no domínio da segurança".

Putin considera essa expansão como uma ferramenta usada pelos EUA "para controlar a situação internacional do ponto de vista da segurança, para influenciar outras regiões do mundo".

No sábado, Putin avisou o seu homólogo finlandês, Sauli Niinisto, que a renúncia daquele país nórdico à neutralidade, para ingressar na NATO, constitui uma decisão "errada".

Antes de iniciar a "operação militar especial" na Ucrânia, em 24 de fevereiro, o líder russo tinha exigido que a NATO abandonasse qualquer plano de alargamento no leste europeu e retirasse as estruturas militares dos países que aderiram à Aliança após 1997.

No domingo, Niinisto e o Governo finlandês aprovaram formalmente o pedido de adesão à NATO, que deverá ser ratificado esta semana pelo Parlamento, num gesto que poderá vir a ser replicado pela Suécia.

Moscovo - que acusa Helsínquia de ameaçar a segurança da Europa, ao abrir um novo flanco aliado no norte do continente - cortou o fornecimento de eletricidade ao país vizinho, no sábado, alegadamente por problemas de falta de pagamento.

A entrada da Finlândia na NATO duplicará em extensão a fronteira da Federação Russa com a Aliança Atlântica, já que a Rússia compartilha 1.300 quilómetros de fronteira com aquele país escandinavo.

Neste momento, a Rússia faz fronteira com os seguintes membros da NATO: Polónia, Noruega, Estónia, Letónia e Lituânia, além de uma fronteira marítima de 49 quilómetros com os Estados Unidos.

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