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Protestos em várias cidades do Irão contra aumento do preço da gasolina

16 de novembro de 2019 às 08:53

País asiático anunciou na sexta-feira o aumento do preço da gasolina em pelo menos 50%, como forma de reformar o caro sistema de subvenção dos combustíveis e lutar contra o contrabando.

Vários protestos contra o aumento do preço da gasolina foram registados na noite de sexta-feira no Irão, informou hoje a agência de notícias oficial Irna.

As manifestações foram "significativas" em Sirjan (centro), onde as "pessoas atacaram um depósito de gás na cidade e tentaram incendiá-lo", segundo a Irna.

Outros protestos ocorream em Mashhad (norte), no sul de Ahvaz, Shiraz, Bandar Abbas e Birjand (leste), mas também em Gachsaran, Abadan, Khoramshahr e Mahshahr, no sudoeste, com os manifestantes a chegarem a bloquer estradas.

O Irão, que vive uma grave crise económica, anunciou na sexta-feira o aumento em pelo menos 50% o preço da gasolina para reformar o caro sistema de subvenção dos combustíveis e lutar contra o contrabando.

No Irão, um dos países onde a gasolina é mais subsidiada, o preço do litro era até agora de 10.000 riais iranianos, menos de oito cêntimos de euro.

Cada condutor com um cartão para abastecer passará a pagar 15.000 riais (11 cêntimos de euro) por litro até um máximo de 60 litros por mês, indicou a Companhia Nacional Iraniana de Distribuição de Produtos Petrolíferos num comunicado. Além daquela quantidade, cada litro custará 30.000 riais (22 cêntimos de euro).

Os referidos cartões foram introduzidos em 2007, numa anterior reforma do sistema de subvenção dos combustíveis, tendo sido progressivamente abandonados antes de serem reintroduzidos em 2018.

As receitas da subida dos preços destinam-se a subsidiar 60 milhões de iranianos com necessidades, declarou o responsável pela Planificação e Orçamento, Mohammad Bagher Nobakht, citado pela Irna.

Encorajado pelo baixo preço, o consumo de combustível é elevado no Irão, onde os 80 milhões de habitantes consomem em média 90 milhões de litros por dia.

Os baixos preços conduzem ainda a um contrabando elevado, que a Irna estima entre 10 e 20 milhões de litros por dia, sobretudo para o vizinho Paquistão onde o combustível é mais caro.

O contrabando foi estimulado pela queda do rial no mercado cambial, ligada à parte às sanções económicas restabelecidas a partir de meados de 2018 pelos Estados Unidos, após a sua retirada unilateral do acordo internacional sobre o nuclear iraniano de 2015.

A inflação é superior a 40% no Irão e, segundo o Fundo Monetário Internacional, a economia deve contrair-se 9% este ano, antes de registar um crescimento de 0% em 2020.

JMC (PAL) // JMC

Lusa/Fim

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