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Primeiro-ministro do Qatar afirma que ataque israelita ao país “matou qualquer esperança” para os reféns em Gaza

Débora Calheiros Lourenço 11 de setembro de 2025 às 08:46

Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani classificou o ataque aéreo a Doha como um ato de “terrorismo de Estado”.

O primeiro-ministro do Qatar defendeu que a decisão de Benjamin Netanyahu de atacar o país onde estava a ser negociado um cessar-fogo “matou qualquer esperança” para os reféns israelitas que ainda se mantém em Gaza.
PM do Qatar critica Israel por ataque que mata esperança para reféns em Gaza Foto AP
Em entrevista à CNN na noite de quarta-feira, Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani classificou o ataque aéreo a Doha como um ato de “terrorismo de Estado” pelo o qual considera que o primeiro-ministro israelita tem de “ser levado à justiça”. O ataque israelita de terça-feira matou cinco membros do Hamas que negociavam um acordo de cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos e outros países do Golfo, no entanto não cumpriu o objetivo de eliminar o líder do Hamas. Também um membro das forças de segurança do Qatar foi morto durante o ataque. Anteriormente Netanyahu já tinha feito uma declaração onde acusou o Qatar de abrigar terroristas e insinuou que tem o direito de continuar os ataques no futuro: “Eu digo ao Qatar e a todas as nações que abrigam terroristas: ou os expulsam ou levam à justiça porque se não o fizerem, nós faremos”. O líder qatari acusou também Israel de “desperdiçar” o tempo que despendeu para sediar as negociações e que, por isso, o país vai reavaliar “tudo” sobre o seu papel como mediador no conflito entre Israel e o Hamas. “Eu estava reunido com uma das famílias os reféns na manhã do ataque. Eles contavam com esta mediação do cessar-fogo, não têm outra esperança”, partilhou Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim al-Thani antes de afirmar: “Acho que o que Netanyahu fez acabou com qualquer esperança para aqueles reféns”. O Qatar, um dos mais próximos aliados dos Estados Unidos da região, tem sediado negociações para garantir um cessar-fogo e é um dos principais intermediários entre as duas partes. Na terça-feira os líderes do Hamas estavam em Doha para discutir a mais recente proposta de cessar-fogo apresentada pelo presidente dos Estados Unidos. Numa publicação nas redes sociais, Donald Trump garantiu que não teve nenhum papel no ataque: “Esta foi uma decisão tomada pelo primeiro-ministro Netanyahu, não foi uma decisão minha”. Ainda assim o líder norte-americano tentou avisar os seus parceiros no Qatar do ataque, mas “infelizmente, chegou tarde de mais”. Em comunicado o Hamas afirmou que todos os seus líderes se encontram seguros mas cinco membros de um escalão inferior tinham sido mortos na sequência do ataque.
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