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Por que foi Julian Assange levado para a ilha de Saipan?

Débora Calheiros Lourenço 25 de junho de 2024 às 21:57

Território pertence aos EUA, apesar de não ser um estado. 51 mil residentes têm nacionalidade norte-americana e a ilha é apreciada para turismo.

Sol, mergulhos com tartarugas e em barcos naufragados, praias de areia branca e águas cristalinas e monumentos. É isto que a ilha de Saipan, no arquipélago das Ilhas Marianas, no Pacífico, tem para oferecer aos seus habitantes e a quem a visita. E esta terça-feira, recebeu um novo visitante: Julian Assange.

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Foto: KSPN2/Reuters
Foto: KSPN2/Reuters

A ilha tropical foi escolhida para ser o palco do encerramento do caso do fundador da Wikileaks. É nesta ilha remota que Assange se deverá declarar culpado de uma única acusação criminal e assinar um acordo judicial que lhe vai permitir ir para casa, na Austrália, em liberdade. Julian Assange será considerado culpado de conspiração para obter e divulgar documentos confidenciais de defesa nacional dos Estados Unidos e condenado a uma sentença de 62 meses, que já foi cumprida no Reino Unido.
 
Esta foi a localização escolhida para a audição num tribunal distrital dos Estados Unidos, uma vez que Assange pediu para ser enviado para um tribunal perto da Austrália e que não fizesse parte do território continental dos Estados Unidos, aponta a agência noticiosa Reuters. A Austrália fica a cerca de três mil quilómetros a sul de Saipan.

As Marianas do Norte são parte dos EUA, apesar de não terem o estatuto completo de um estado norte-americano. As Ilhas Marianas do Norte contam com 51 mil residentes que são considerados cidadãos dos Estados Unidos, mas não têm direito ao voto nas presidenciais. 

Estas ilhas foram colónias espanholas e alemãs e por fim, japonesas antes de os Estados Unidos assumirem o controlo durante a Segunda Guerra Mundial. Em 1975, os residentes acabaram por votar a favor da adesão aos Estados Unidos, adianta a Reuters. 

Com cerca de vinte quilómetros de extensão é apenas precisa uma hora para percorrer toda a ilha, palco da sangrenta Batalha de Saipan durante a Segunda Guerra Mundial (1944), entre os EUA e o Japão que culminou numa vitória norte-americana, mas também na morte de 46 mil militares e 8 mil civis.  

As Ilhas Marianas do Norte são maioritariamente dependentes do turismo, especialmente de coreanos e chineses, esta é aliás a única parte dos Estados Unidos onde os chineses estão autorizados a entrar sem visto.

Quanto a Julian Assange, será presente ao tribunal distrital de Saipan à meia-noite desta quarta-feira, 9 horas da manhã locais.

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