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Pelo menos 175 mortos na última semana de manifestações em Moçambique

Lusa 30 de dezembro de 2024 às 11:34

Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 9 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 586 pessoas baleadas, além de 277 mortos e 11 desaparecidos.

Pelo menos 175 pessoas morreram na última semana de manifestações pós-eleitorais em Moçambique, elevando para 277 o total de óbitos desde 21 de outubro, e 586 baleados, segundo novo balanço feito pela plataforma eleitoral Decide.

PAULO JULIÃO/LUSA

Conforme o mais recente balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, com dados até 15h de domingo (13h em Lisboa), em apenas seis dias de manifestações morreram 36 pessoas na província Maputo e 20 na Cidade, sul do país, além de 33 em Sofala, duas em Tete e uma em Manica, no centro, e 36 em Nampula, 14 na Zambézia e cinco em Cabo Delgado, norte.

Na última semana de manifestações, a plataforma eleitoral Decide contabilizou ainda 240 pessoas baleadas, das quais 62 na cidade de Maputo e 37 na província, bem como quatro em Inhambane, 68 em Sofala, quatro em Tete e Manica, 14 em Zambézia e 44 em Nampula.

Desde 21 de outubro, quando começou a contestação ao processo em torno das eleições gerais de 9 de outubro, o registo da plataforma eleitoral Decide contabiliza 586 pessoas baleadas, além de 277 mortos e 11 desaparecidos.

Somam-se ainda 4.201 detenções desde o início dos protestos pós-eleitorais, 167 dos quais desde 23 de dezembro.

O Conselho Constitucional de Moçambique proclamou em23 de dezembro Daniel Chapo, candidato apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder), como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, sucedendo no cargo a Filipe Nyusi, bem como a vitória da Frelimo, que manteve a maioria parlamentar, nas eleições gerais de 9 de outubro.

Este anúncio provocou o caos em todo o país, com manifestantes pró-Venâncio Mondlane - que segundo o Conselho Constitucional obteve apenas 24% dos votos - nas ruas, barricadas, pilhagens e confrontos com a polícia, que tem vindo a realizar disparos para tentar a desmobilização.

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