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Parlamento turco retira Nestlé e Coca-Cola dos menus

Andreia Antunes com Ana Bela Ferreira 07 de novembro de 2023 às 17:38

Esta iniciativa do governo é uma das primeiras de um governo a visar grandes marcas internacionais devido à guerra entre Israel e o Hamas.

O parlamento turco retirou os produtos da Coca-Cola e da Nestlé dos seus restaurantes, esta terça-feira, devido ao apoio a Israel durante o conflito a Gaza.

REUTERS/Arnd Wiegmann

"Os produtos das empresas que apoiam Israel não serão vendidos nos restaurantes, cafetarias e casas de chá do campus do Parlamento", declarou a Grande Assembleia Nacional da Turquia.

Numan Nurtulmus, presidente da Assembleia Nacional, tomou esta decisão para "apoiar a sensibilidade do público relativamente ao boicote aos produtos de empresas que declararam abertamente o seu apoio aos crimes de guerra de Israel e à morte de pessoas inocentes em Gaza".

As bebidas da Coca-Cola e o café instantâneo da Nestlé foram as únicas marcas retiradas das ementas. Esta decisão, segundo uma fonte parlamentar, pretende responder ao "enorme clamor público contra estas empresas" por apoiarem em Israel.

Esta iniciativa de Ancara é uma das primeiras de um governo a visar grandes marcas mundiais devido à guerra entre Israel e o Hamas. O presidente turco, Tayyip Erdogan, criticou fortemente o ataque de Israel a Gaza e o apoio do Ocidente a Jerusalém.

No mês passado, a Nestlé anunciou o encerramento temporário de uma das fábricas em Israel por precaução, tornando-se assim na primeira grande empresa a anunciar uma reação à guerra.

Nos últimos dias, ativistas turcos tem citado as duas empresas em publicações nas redes socais apelando para o boicote de produtos israelitas e de empresas ocidentais que, na sua opinião, apoiam Israel.

Já a Coca-Cola, segundo a Nós somos Amigos de Al-Aqsa (FOA) - organização britânica que exige mudanças políticas para a Palestina -, tem um "fábrica em Atarot, colonato israelita, construído em terras palestinianas roubadas". Acrescentam que o facto de "ter um franchise no colonato israelita ilegal de Atarot, a Coca-Cola está a ignorar o direito internacional e a lucrar com a ocupação ilegal".

A controvérsia passa por várias outras grande empresas, como o Starbucks, que processou o seu sindicato após uma mensagem na rede social X dos seus trabalhadores em apoio à Palestina. Este processo desencadeou reações dos pró-palestinianos.

A McDonald’s envolveu-se na controvérsia quando anunciou que estava a oferecer milhares de refeições gratuitas às forças de defesa de Israel. Já a Disney doou 2 milhões de dólares (1,9 milhões de euros) a organizações humanitárias e manifestou a sua indignação aos "horríveis ataques terroristas".

Após o ataque do Hamas, no dia 7 de outubro que matou 1.400 pessoas e fez 240 reféns, Israel tem bombardeado Gaza, que se encontra cercada. As autoridades de Gaza dizem que o ataque de Israel matou mais de 10 mil palestinianos, incluindo cerca de 4.100 crianças.

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